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Dificuldade de orgasmo: exercícios para o assoalho pélvico ajudam a mulher

Uma boa fisioterapia sexual pode aumentar a potência e a peridiocidade do seu orgasmo - Getty Images/iStockphoto
Uma boa fisioterapia sexual pode aumentar a potência e a peridiocidade do seu orgasmo Imagem: Getty Images/iStockphoto

Bárbara Stefanelli

Colaboração para Universa

25/03/2019 04h00

Muitas mulheres se queixam de sentir dificuldade em chegar ao orgasmo. De acordo com a pesquisa Mosaico 2.0, coordenada pela psiquiatra Carmita Abdo, do ProSex (Programa de Estudos em Sexualidade), e que mapeou o comportamento sexual do brasileiro, 55% das mulheres relatam complicação para gozar.

O problema é majoritariamente de fundo emocional. No entanto, conhecer o próprio corpo e o que gosta ajuda (e muito) a ter o orgasmo. E existe uma região específica do corpo (e pouco falada e conhecida pelas mulheres) que pode ajudar bastante: o assoalho pélvico —conjunto de músculos e tecidos fibrosos, na região da bacia, que sustentam órgãos como útero, bexiga e intestino e que, se contraído na hora do sexo, facilita a chegada do orgasmo.

"A musculatura superficial do assoalho pélvico proporciona suporte ao clitóris e, durante a fase de excitação, esta musculatura aumenta sua tensão, proporcionando a ereção do clitóris", explica Lívia Bentes, fisioterapeuta do Projeto Afrodite, da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).

Como fortalecer a região?

Caso o assoalho pélvico esteja fraco, menor será o suporte para este órgão e, também, menor será a sensibilidade da mulher durante a penetração, pois ela não sentirá tanto o pênis dentro da vagina, o que pode dificultar na obtenção do orgasmo. Portanto, exercícios de contração da musculatura da vagina são indicados.

É bem simples: faça uma contração, como se estivesse encolhendo a barriga para fechar o zíper da calça. "Sempre faço uma analogia com minhas pacientes: imaginem que sua vagina e ânus são um elevador. Quando for realizar a contração, ela deve sentir 'as portas' fechando e subindo uns andares e, quando for relaxar, apenas precisa voltar para o térreo e não fazer um movimento de expulsão, como se fosse evacuar", explica Lívia.

Poucos minutos por dia já são suficientes. Se não quiser parar o que está fazendo, faça as contrações na cadeira do trabalho, do carro ou do transporte público. Experimente, ninguém saberá o que você está fazendo. Inspire e contraia, expire e volte para a posição normal.

Contraia o assoalho pélvico durante o sexo

Como explica a ginecologista Flávia Fairbanks, que participa do ProSex, serviço do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo), o orgasmo nada mais é do que uma "reação de múltiplas contrações involuntárias da musculatura do assoalho pélvico, em resposta a um estímulo sexual previamente adequado".

Portanto, realizar algumas contrações durante a penetração, sexo oral ou masturbação, dará aquela forcinha para chegar ao ápice de prazer. "A mulher que tem domínio e conhecimento do assoalho pélvico relata ter prazer com mais facilidade. Saber contrair a musculatura, assim como movimentar a região do quadril, com certeza ajudam", afirma Michelle Sampaio, psicóloga e sexóloga, especialista em Sexualidade Humana pela Faculdade de Medicina da USP.

Esse domínio da musculatura ajuda na obtenção do orgasmo, mas não é o responsável por ele. São as enervações da região, assim como o clitóris, que causam a sensação pelo corpo; e não o assoalho pélvico.

Relação sexual é uma troca

Conhecer as regiões do corpo, assim como da própria vagina, ajuda bastante no prazer, mas lembre-se que a transa não é uma via de mão única. "Sabemos que a relação sexual é uma troca e que a habilidade, experiência e técnica do parceiro ou parceira contam muito na hora também", diz Lívia.

Caso, ainda assim, tenha dificuldade em gozar, procure a ajuda de um profissional. Converse com sua ginecologista ou com um psicólogo, eles poderão orientar caso a caso com maior atenção, conhecendo o histórico da mulher.