"Colocaram uma camisinha usada na minha bolsa", diz passageira da CPTM
A jornalista Clara Novais, 27 anos, sentiu um líquido gotejando em sua perna esquerda enquanto estava em um trem da CPTM, em São Paulo, a caminho do trabalho, na terça-feira (2). “Achei que fosse a comida do meu almoço que estava vazando”, disse à Universa.
Ao checar a bolsa, viu que, dentro dela, estava uma camisinha com um líquido, sendo que a parte aberta do preservativo ficou pendurada para o lado de fora. “Fiquei muito assustada na hora. Tirei foto para registrar e logo depois joguei a camisinha no meio do trem”, conta. Ela diz não ser possível afirmar se o líquido era sêmen. "Posso dizer que era amarelado e manchou meus livros."
Veja também:
- Mulheres entregam apitos para evitar violência sexual em transporte público
- Homem é preso em flagrante por assediar passageira no metrô de São Paulo
- Mulher é agredida por segurança do Metrô ao defender sua parceira em SP
Clara, que embarcou na estação Palmeiras Barra Funda, desceu na estação Imperatriz Leopoldina, seu destino final. Procurou os seguranças para prestar queixa, mas não encontrou ninguém.

Ela reclamou nas redes sociais (a foto da camisinha na bolsa foi postada em seu Instagram Stories) e a CPTM orientou, via Twitter, que ela fizesse um registro de ocorrência no site da empresa. “Nesse registro, escrevi o que aconteceu com detalhes de horários e locais. Exigi que as câmeras de segurança fossem checadas e reclamei sobre a ausência de seguranças”, diz.
Clara conta que já foi assediada no metrô no final de 2017. “Um homem chegou perto de mim e disse que me chuparia toda.” Na ocasião, também procurou um segurança para pedir ajudar e afirma não ter encontrado. “Há várias campanhas dizendo para informarmos as autoridades em caso de assédio. Mas, quando aconteceu comigo, não tive para quem informar”, reclama
Procurada, a CPTM afirmou, em nota, que tomou conhecimento da ocorrência por meio do registro da usuária nas redes sociais e no SAU (Serviço de Atendimento ao Usuário). "A empresa irá checar as câmeras de segurança e colaborará com as autoridades policiais, caso haja investigação", diz. A companhia alega também que "conta com agentes de segurança em todas as estações, principalmente nas plataformas, equipados com colete verde limão e faixas refletivas, permitindo sua identificação, ainda que em meio à multidão".
Importunação sexual agora é crime
O caso de Clara poderia ser enquadrado na lei sancionada na segunda-feira, 24 de setembro, que categoriza a importunação sexual como crime previsto no Código Penal. Segundo o texto, é crime quando um indivíduo “praticar contra alguém e sem a sua anuência ato libidinoso com o objetivo de satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro”. A pena é de um a cinco anos de prisão.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.