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Ieda e Vivian levam para a TV o conceito de sororidade; você sabe o que é?

Emilly é consolada pelas finalistas do "BBB17" - Reprodução/TV Globo
Emilly é consolada pelas finalistas do "BBB17" Imagem: Reprodução/TV Globo

Denise de Almeida

Do UOL

12/04/2017 04h30

Na última segunda-feira (10), após a expulsão de Marcos do BBB, Emilly ficou desolada. Sem se enxergar como vítima de uma relação abusiva, a participante não entendeu por que o namorado havia sido afastado dela. Ieda e Vivian, as outras duas integrantes do reality, trataram de mostrar apoio e consolaram Emilly.

A cena, transmitida ao vivo, foi um alívio para grande parte do público, que até então estava consternado por assistir a agressões sistemáticas. Logo, o termo “sororidade” pipocou nas redes sociais. A palavra, que ainda não consta nos principais dicionários, é muito usada por grupos que debatem a igualdade de gênero, mas você sabe o que ela significa?

"Sororidade quer dizer união entre as mulheres. Equivale à fraternidade, que é união entre os homens, esse amor fraternal. Mas no dicionário uma palavra que signifique união e afeto entre mulheres não existe", explica Darlane Andrade, psicóloga e pesquisadora de estudos de gênero na Universidade Federal da Bahia.

Para Darlane, a nossa cultura desvaloriza isso quando o senso comum enxerga mulheres como rivais, o tempo todo competindo entre si. "Isso é uma construção social que busca enfraquecer a união das mulheres. Quando se unem, as mulheres têm mais força, principalmente para combater toda a opressão que vivem, em função da construção das identidades de gênero sob moldes patriarcais, que colocam homens e mulheres em patamares de desigualdade".

A psicóloga explica que a sororidade pode ser reconhecida em todo tipo de ação em que mulheres são solidárias umas com as outras. "Pode ser em grupos de apoio entre mulheres, em grupos de amigas ou mesmo mulheres que não se conhecem, mas que se unem por um bem comum", afirma.

Esse apoio não acontece apenas pessoalmente: hoje as redes sociais também dão uma mãozinha para que essa união exista. Um dos exemplos disso é o movimento Vamos Juntas?, que estimula mulheres a buscarem companhia feminina quando se sentirem em situação de risco ao andar pelas ruas.

Darlane acredita que sororidade é algo fundamental e que deve ser cada vez mais falado. "A ideia de que mulheres são rivais enfraquece a luta por direitos, por igualdade, por respeito, que deve ser agenciada cotidianamente. A gente ainda vê e sente ao nosso redor mulheres em situações de maior vulnerabilidade no mercado de trabalho, nas relações conjugais, familiares. É importante falar disso para olharmos umas para as outras e combatermos toda forma de violência e discriminação contra a mulher".

Mas não basta apenas defender o tema e não colocar o conceito em prática. "Não pode ficar só no discurso ou dizer que apoia e é solidária às causas das mulheres, mas no dia a dia desqualificar uma colega de trabalho ou xingar uma mulher. A sororidade tem que ser praticada, não só dita e defendida", enfatiza Darlane.