Aluno da UnB é preso após filmar mulheres no banheiro feminino do campus

Um aluno da UnB (Universidade de Brasília) foi preso na quinta-feira (21) depois de ser flagrado filmando uma mulher que usava o banheiro feminino do pavilhão João Calmon. Segundo a vítima, ele estava no banheiro masculino e usava uma brecha na parede para fazer a gravação.

O suspeito, que tem 20 anos e foi identificado pela polícia como J.F.T., teria filmado outras mulheres na mesma situação.

De acordo com a universidade, a estudante teria comunicado funcionários da instituição quando percebeu que estava sendo filmada e teria sido encaminhada à Deam (Delegacia Especial de Atendimento à Mulher), assim como o suspeito.

"O atendimento do caso seguiu protocolos para o atendimento e acolhimento a mulheres vítimas de violência", alegou a instituição de ensino, em nota à Universa.

A universidade informou que, recentemente, instalou 350 câmeras de monitoramento pelo campus -- equipamentos que podem ajudar nas investigações.

Por fim, disse que "está reunindo informações sobre a ocorrência e avalia quais são as medidas cabíveis, tanto do ponto de vista educativo quanto disciplinar".

Segundo a Polícia Civil do Distrito Federal, o caso está sendo investigado como assédio sexual e o celular do universitário segue aos cuidados da perícia, que encontrou imagens de outras mulheres na mesma situação.

As vítimas

O DCE (Diretório Central dos Estudantes) da UnB usou as redes sociais para pedir que mulheres "tomem cuidado com banheiros e ambientes menos frequentados da universidade" -- declaração que foi alvo de críticas das universitárias.

"Cuidado com o banheiro? Como alguém pode ter cuidado usando o banheiro?", questionou uma, enquanto outra criticou: "Não seria melhor a universidade oferecer segurança?".

Uma outra estudante, que já havia ouvido boatos sobre este crime, alegou que evitava beber água durante as aulas noturnas justamente para não ter de ir ao banheiro.

O DCE divulgou o relato da vítima, que é estudante estudante do curso de Serviço Social, mas preferiu não se identificar.

"Ele ficava gravando pelo celular através de uma brecha que existe entre a chapa que divide os dois banheiros [masculino e feminino]. O pessoal da limpeza, os seguranças e a PM do campus são testemunhas de que ele estava com o celular e imagens das garotas em mãos naquele momento [do flagrante]", diz o texto.

Segundo a jovem, como o rapaz é réu primário e a polícia não identificou compartilhamento dos vídeos, ele deve aguardar a conclusão do inquérito em liberdade.