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Ácido hialurônico: o que é, para que serve e como agem os diferentes tipos

Getty Images/iStockphoto
Imagem: Getty Images/iStockphoto

Paula Roschel

Colaboração para Universa

18/06/2019 04h00

Não é raro começar a falar de beleza e já esbarrar no termo ácido hialurônico. A substância parece estar onipresente: na maquiagem, injetáveis, produtos para o rosto e até mesmo para o corpo. Com tal destaque, começam a surgir nos rótulos inscrições como "diferentes tipos de ácido" ou "ácido hialurônico de baixo ou alto peso molecular". Mas, na prática, o que isso significa?

O que é?

O ácido hialurônico é uma molécula de proteína e açúcar que está presente no nosso corpo naturalmente. Ela age na pele como uma espécie de hidratante, pois mantém o maior órgão do nosso corpo mais macio, elástico e com sustentação, juntamente com o colágeno e a elastina. Porém, a partir dos 25 anos de idade, nosso organismo começa a diminuir sua produção. Com isso, a pele começa a perder viço, além de rugas serem notadas. "À medida que envelhecemos, a pele perde ácido hialurônico e isso faz com que se torne gradualmente mais seca, além de perder elasticidade", explica a farmacêutica Mika Yamaguchi, de São Paulo.

Usos tópicos

Versátil, o ácido hialurônico pode ser usado sobre a pele tanto como um profundo hidratante, como também para o tratamento de rugas finas e superficiais. Além disso, age como volumizador, preenchendo depressões e sulcos mais profundos.

Pequeno veto

A substância não tem uma lista extensa de contraindicações. Porém, ele não pode ser usado por grávidas e lactantes.

Peso molecular

E o que pensar dos rótulos que ostentam ácido hialurônico de peso molecular distinto? De acordo com Isabel Piatti, especialista em estética e cosmetologia, de Curitiba (PR), essa diferença de peso indica em qual camada de pele o ácido hialurônico vai atuar. "Quanto mais baixo o peso, mais profunda sua atuação", diz.

Os de maior peso molecular (acima de 1000-2000 kDa) não penetram na pele, por exemplo. Eles ficam na superfície e assim podem ser considerados excelentes hidratantes. Já os de menor peso molecular (até 50 kDa) são capazes de penetrar e estimular nossas células da derme a produzir nosso próprio ácido hialurônico. "Alguns estudos demonstram que oferecer mais de um tipo de ácido hialurônico em uma fórmula, de variados pesos moleculares, pode ser benéfico por causa de seus estímulos distintos, com um efeito mais amplo e robusto. Entretanto, a associação deve ser sempre avaliada clinicamente, para ver se realmente é eficaz para a proposta de combate ao envelhecimento", fala a dermatologista Flávia Addor, de São Paulo.

Já quando o produto é fabricado para ser injetado, seu diferencial é o grau de pureza e contaminação, totalmente distinto ao de um cosmético. Esse ativo farmacêutico pode ser de baixo peso molecular, para repor o ácido que a pele já perdeu. Já os de alta e média densidade são aplicados para dar volume, através do preenchimento. "Quando usados em cosméticos tópicos, a molécula em si é a mesma dos injetáveis, mas em concentrações menores, misturado com outros ativos e apresentando eficácia mais discreta", completa Flávia.

Reticulado e não reticulado

Basicamente, a variação do peso molecular do ácido hialurônico é diversificada porque as indicações do seu uso estão sujeitas à região e ao veículo em que serão aplicados. Além disso, há o ácido hialurônico reticulado e o não reticulado. "Esta diferença mostra como ele foi quimicamente manipulado e para que fins é destinado. Vale destacar que o ácido hialurônico reticulado é usado para os procedimentos estéticos (preenchimento, volume e hidratante injetável). Já o ácido hialurônico não reticulado é o veículo de cremes e séruns", diz Joana D'Arc Diniz, médica especialista em dermatologia, do Rio de Janeiro.

Problemas

Lembrando que o tratamento com ácido hialurônico é um procedimento minimamente invasivo, quando falamos dos injetáveis. Ele é aplicado em áreas muito nobres da face, repletas de veias, artérias, nervos e estruturas como a glândula parótida. A injeção acidental em um ponto errado pode comprimir ou transfixar tais estruturas, levando a efeitos colaterais que podem ser gravíssimos, inclusive promovendo necrose. Por isso, é importante procurar um médico experiente para fazer sua aplicação.