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1º rosto trans da L'Oréal sentiu pressão para ser feminina: "Hoje não ligo"

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Imagem: Reprodução

Da Universa

14/05/2019 13h50

Em 2017, Munroe Bergdorf foi do céu ao inferno em poucos dias. Após ser anunciada como primeira modelo transgênero da gigante de beleza L'Oréal, ela foi retirada da campanha por comentários considerados racistas por consumidores e pela própria marca. O caso, porém, não a impediu de ser um dos ícones LGBT do Reino Unido.

Em entrevista ao jornal britânico "The Guardian", porém, a modelo relembrou o começo da transição, em 2011. "Eu sentia que precisava parecer feminina para validar a minha identidade de gênero. Agora eu apenas não ligo. Sou tão mulher quando estou com uma calça brega e um moletom largo quanto quando estou com um vestido de gala", declara.

"Foi algo que levei um longo tempo para aprender, mas é por isso que as conversas sobre identidades não-binárias são tão importantes, para se livrar dos estereótipos de gênero que oprimem todo mundo. Acredito que ser complacente e não desafiar as normas é perigoso, pois pessoas marginalizadas não se beneficiam dentro das regras", diz.

Entenda o caso

Na época, a modelo causou polêmica na imprensa britânica por comentários publicados no Facebook em resposta aos violentos eventos ocorridos em Charlottesville, nos Estados Unidos, e que resultaram na morte de uma mulher em 12 de agosto, atropelada por um simpatizante neonazista que jogou o carro que dirigia contra manifestantes antirracistas.

"Sinceramente, já não tenho forças para falar da violência racial dos brancos. Sim, TODOS os brancos", escreveu a modelo, que é negra, em uma postagem que foi removida depois, mas que chegou a ser divulgada pela imprensa britânica.