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Para 26% dos brasileiros, pai que fica em casa com filhos é "menos homem"

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Imagem: iStock

Da Universa

13/05/2019 09h27

Apesar dos apelos cada vez mais frequentes pela igualdade de gênero dentro e fora de casa, homens que exercem papéis até então vistos como estritamente femininos ainda não conquistaram respeito de muitos brasileiros.

Segundo estudo da Ipsos, realizado em parceria com o Instituto Global para a Liderança Feminina do King's College London, um quarto dos brasileiros (26%) acredita que "um homem que fica em casa para cuidar dos filhos é 'menos homem'", uma opinião não diferente entre homens e mulheres.

Em uma pesquisa que envolve 27 países, a maioria dos entrevistados (75%) discorda que "um homem que fica em casa para cuidar de sus filhos é 'menos homem'", com exceção da Coreia do Sul (19%).

Entre os demais países, a discordância sobre a afirmação varia bastante sendo que na Sérvia (92%), Holanda (90%) e Colômbia (87%) observam-se os maiores percentuais de discordância sobre a afirmação. Mesmo sendo maioria, depois dos coreanos, os menores percentuais são verificados na Índia (55%), África do Sul (66%) e Brasil (66%).

Equilíbrio entre casa e trabalho

73% do total dos pesquisados são a favor das empresas e empregadores oferecerem flexibilidade para equilibrar o cuidado com as crianças e a vida profissional. Novamente os sérvios tomam a dianteira, com 90% dos entrevistados que concordam com a afirmação, seguidos pelos chilenos (83%) e colombianos (81%). Já no Brasil, 59% concordam.

Estamos quase lá?

Sérvia (73%), Espanha (63%) e Peru (60%) são os que mais acreditam que não está sendo suficiente o que está sendo feito para alcançar o direito de igualdade, já os italianos (15%), canadenses (37%) e suecos (37%) estão entre os menores percentuais, seguidos pelos brasileiros (39%).

Duas em cada cinco (39%) pessoas acreditam que discriminação contra mulheres que cuidam exclusivamente das crianças e do lar poderia terminar em 20 anos. Aproximadamente a mesma proporção (42%) respondeu que não acredita. Entre os países que acreditam que a discriminação terá terminado em vinte anos estão: Índia (59%), Malásia (55%) e Brasil (52%). Os menos confiantes são Hungria (24%), Rússia (23%) e Japão (14%). Entre os brasileiros os mais confiantes são os homens (55%), mais jovens (56%) quem ocupa cargo de decisão e liderança.

O estudo foi realizado em 27 países, com 18.800 entrevistados, sendo 1.000 brasileiros, entre os dias 21 de dezembro de 2018 e 4 de janeiro de 2019. A margem de erro é de 3,1 pontos percentuais.