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Professora decide vender chocolate no WhatsApp e fatura R$ 4 milhões ao ano

Alyne Mundt comprou, por R$ 10 mil parcelados, uma loja de doces e agora fatura R$ 4 mi ao ano - Divulgação
Alyne Mundt comprou, por R$ 10 mil parcelados, uma loja de doces e agora fatura R$ 4 mi ao ano Imagem: Divulgação

Marcelo Testoni

Colaboração para Universa

10/05/2019 04h00

A curitibana Alyne Mundt Bill, 36, é formada em pedagogia, lecionou para turmas infantis por três anos e diz ter tentado outras áreas para atuar, mas não encontrou. Hoje, conta que se sente realizada, vende 15 toneladas de chocolate por mês e, de cada dez vendas, nove ela realiza pelo WhatsApp. "Eu costumo brincar que o meu negócio, a Feito Chocolate, não foi um filho gerado por mim, mas que eu adotei ", diz Alyne, que comprou uma loja de doces e, em cinco anos, a transformou em uma empresa que faturou R$ 4 milhões em 2018.

Vender uma moto garantiu o começo

Alyne explica que a empresa já existia em outro formato, porém, não era dela, mas de um grupo de sócias que queriam seguir rumos diferentes. Uma delas, amiga de Alyne, lhe ofereceu o negócio. "Ela iniciou por volta de 2012 com outras sócias e fazendo doces como lembranças. Então, entre 2013 e 2014, adquiri a empresa e mantive o negócio original. O investimento inicial foi de R$ 10 mil. Eu e meu marido vendemos uma moto que tínhamos por R$ 5 mil e parcelamos o restante", explica Alyne, que queria empreender e fez um curso de marketing.

Inicialmente, a produção das lembranças comestíveis era feita no apartamento do casal e mediante pedido formalizado pelos clientes na página da loja no Facebook. Alyne conta que, àquela altura, comprava aos poucos os materiais para atender as encomendas, voltadas para datas comemorativas e eventos, mas não estava satisfeita. "Sempre foi algo incerto, tanto para as encomendas como para a compra dos insumos", diz.

Na época, entre seus clientes, ela também atendia empresas que exigiam na fabricação dos doces os chocolates de uma marca belga. Porém, em Curitiba, apenas uma loja vendia o produto e, como pouca gente sabia lidar com esse tipo de chocolate, a oferta dele era baixa, mas a procura era grande. Alyne resolveu pesquisar e fazer cursos na área de gastronomia para entender as propriedades e atribuições desse produto. Como consequência, descobriu no desafio uma oportunidade de ganhar dinheiro.

Surge uma distribuidora conectada

"A ideia era manter, em paralelo, as lembranças e a revenda de chocolates profissionais por meio de e-commerce. Em seguida, estipulamos um prazo de 12 meses para decidir que lado seria mantido e, em três meses, a distribuição ganhou força e decidimos parar com as lembranças", esclarece Alyne, que, por opção pessoal, preferiu investir em apenas uma marca de chocolates, no caso, o grupo Barry Callebaut, um dos maiores no mundo.

Alyne conta que, naquele momento, o WhatsApp começava a se popularizar entre os brasileiros e graças a ele conquistou agilidade no atendimento que precisava. "Hoje, as redes sociais nos aproximam do cliente. Há quem ainda prefira o e-mail, o orçamento escrito, mas mais de 90% de nossas vendas acontecem pelo WhatsApp", diz.

Resultados e planos para o futuro

Em 2015, a Feito Chocolate conquistou seu primeiro endereço comercial e, desde então, não parou de crescer. Além da loja física em Curitiba, pretende estrear, ainda neste semestre, uma segunda unidade, em Londrina, também no Paraná. "Atendemos via e-commerce também, embora o site não seja tão representativo como o atendimento pelas redes sociais. Em 2018, faturamos R$ 4 milhões e, para 2019, nossa meta é crescer 20%", revela Alyne, que também conseguiu montar uma equipe com 11 funcionários.

Mapa da Mina - Alyne Mundt comprou por R$ 10 mil parcelados uma loja de doces que transformou em empresa que fatura R$ 4 mi ao ano - Divulgação - Divulgação
90% das vendas de Alyne são feitas pelo WhatsApp
Imagem: Divulgação

Questionada sobre planos para o futuro, a empreendedora diz que ainda não possui marca própria, mas deseja, em breve, poder assinar produtos e serviços exclusivos. Também diz que, após a formalização de sua empresa como distribuidora, seu formato agregou mais serviços e hoje, por exemplo, tem até um espaço de cursos onde, além de ministrar aulas específicas para chocolataria, também atende alguns clientes confeiteiros para dar assessoria e treinamento.

"Sentimos que, apesar do amor pela confeitaria ser muito latente em nossos clientes, a gestão de um negócio é pouco explorada. Às vezes, com uma pequena substituição de ingrediente, é possível aumentar a margem de lucro, mas nem todo mundo para e faz a conta. É geralmente nesse ponto que somos o diferencial. Buscamos entender o que o cliente produz, analisar suas dificuldades (manipulação, criação, preço, gestão) e oferecer o melhor produto e custo benefício. Queremos que a empresa do cliente esteja saudável, assim também estaremos", conclui.