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"Casei com o ex-marido da minha irmã e pai da minha sobrinha"

Simone Matos, 43, tinha 18 anos quando começou um relacionamento com o ex da irmã - Arquivo Pessoal
Simone Matos, 43, tinha 18 anos quando começou um relacionamento com o ex da irmã Imagem: Arquivo Pessoal

William Novaes

Colaboração para Universa

05/05/2019 04h00

Ela recebeu um pedido inusitado da irmã mais velha: arrumar uma mulher para o ex-marido. Simone Matos, atualmente com 43 anos, fez planos para uma amiga ficar com o ex-cunhado, mas no fim, foi ela quem se apaixonou por ele. O casal está junto há 25 anos e, após um estranhamento inicial, a família entendeu tudo numa boa.

O relacionamento começou quando ele tinha 43 anos e ela, 18. No começo, ele era chamado de "papa anjo" pelos amigos, e ela também sentia o preconceito por causa da idade -- e não por ele ter sido casado com a sua irmã por seis anos e ser pai da sua sobrinha. Simone conta sua história:

"Essa história sempre dá o que falar e a gente ri até hoje de tudo o que aconteceu. Muitas pessoas pensam que tem traição, sacanagem e que eu passei minha irmã para trás por ser mais nova. Ainda bem que quebram a cara quando conto a verdadeira e única história. Para começo de conversa quem pediu para arrumar uma nova mulher para ele foi a minha própria irmã, a Miriangela. Isso mesmo! Um dia, no começo de 1994, quase um ano depois da separação deles, ela me chamou e disse que pelo amor de Deus que eu arrumasse alguém para ele. Assim, a deixaria em paz e pararia de pedir para voltar.

Logo depois desse pedido, eu estava num bar com uma amiga, quando vejo o meu ex-cunhado lá, meio perdido. Tomamos algumas coisinhas, papo vem, papo vai, aquela confusão da separação na cabeça dele. Já planejei tudo, não pensei duas vezes e coloquei minha amiga na jogada. Não passava pela minha cabeça namorar o ex-marido da minha irmã, pai da minha sobrinha e ainda muito mais velho do que eu. Eu era uma mocinha de 18 anos, feliz da vida, e ele, com 43 anos. Decidimos sair daquele lugar e ir os três para uma pizzaria. Terminou a noite, os dois não engataram nada, pensei que poderia rolar numa outra ocasião. Marcamos uma nova saída, eu queria resolver o problema da minha irmã, da minha amiga e o dele. Na minha cabeça, estava armado.

Passaram-se alguns dias, saímos os três, tudo certinho para eles ficarem, mas até hoje não sei bem o que aconteceu e sei que ficamos juntos naquela noite e não nos separamos mais. Eu só pensava em como contar para os meus pais. Na minha irmã, para falar a verdade, nem pensei. Não tínhamos tanto contato. Ela é 17 anos mais velha do que eu e sabe como é. Ela começou a namorar o meu marido em 1979, quando eu tinha quatro aninhos. Quando casaram, em 1987, eu estava com 12. Então nunca houve qualquer tipo de paixão entre a gente antes daquela noite. Não tinha nada a ver, nem quando ela pediu a separação, em 1993. Ele não aceitava de jeito nenhum o fim do casamento, ficava enchendo o saco dela para voltar e eu não tinha relação estreita com eles.

Sei que ficamos e foi bom, mas precisava contar para os meus pais. Fui toda receosa e com um certo medo. Tomei coragem e chamei os dois. Sentamos na sala de casa e falei tudinho. Os dois olharam para a minha cara, meio sem entender bem o que tinham acabado de ouvir. Pensaram um pouco, perguntaram se era isso que eu queria mesmo e não fizeram nenhuma objeção. Saí feliz da vida, mas outra batalha me esperava: a minha irmã. Sabia que ela que tinha pedido para arrumar uma pessoa para ele. Ela que pediu a separação e tudo mais. Falei e ela não reagiu. Não me xingou, não falou nada. Ficou de boa. Ela simplesmente tinha deixado de amá-lo; o que faz parte da vida.

Como nem tudo são flores, depois de um tempinho, ela começou a ficar com ciúme e me tratar diferente. Em casa, nós resolvemos tudo na conversa, então, sentamos eu, ela e os meus pais. Ela foi meio que enquadrada e meus pais perguntaram o que ela queria de verdade, afinal, tinha pedido a separação, não aceitava ele de volta e ainda teve a ideia de eu arrumar alguém para ele.

Ela entendeu bem e meio que voltamos ao normal. A minha irmã tinha medo de eu pedir que a filha deles viesse morar conosco, mas isso nunca passou pela nossa cabeça. Depois de um tempo, ela me contou que se arrependeu. Isso foi há tempos atrás e hoje damos muita risada dessa história. Até pergunto se ela quer o 'véio" de volta, com todas as manias, afinal ele está com 67, ela, com 60 e eu, com 43 anos.

Hoje posso falar que somos amigas, conversamos bastante sobre tudo. Eu nunca tive ciúme deles dois, mas eu tinha um ciúme danado dela com a minha mãe, isso sim."