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Amizade tóxica: Paula e Hariany mostram que amigos também passam do limite

Hariany e Paula - Reprodução / TV Globo
Hariany e Paula Imagem: Reprodução / TV Globo

Ana Bardella

Colaboração para Universa

12/04/2019 14h35

Às vésperas da final da décima nona edição do Big Brother, Hariany Almeida, de 21 anos, que já tinha sua participação garantida entre os finalistas, foi expulsa do reality por agressão.

O caso repercutiu não apenas pela estudante de moda estar tão próxima do prêmio, mas também pelo empurrão ter sido dado durante uma briga com sua melhor amiga dentro da casa, a também finalista Paula Sperling - mineira que apesar das acusações de racismo tem grandes chances de vencer o programa.

Não foi a primeira vez que as duas discutiram dentro do confinamento, principalmente durante uma festa, sob efeito do álcool. Nos desentendimentos, Hariany costuma dizer que Paula não mede as palavras que isso a deixa magoada. Já a mineira se defende com o argumento de que esse é o seu jeito e de que não sabe como agir em uma amizade, uma vez que não tem esse tipo de relação fora da casa.

O fato é que as duas cruzaram os limites de uma relação saudável, mostrando que os laços entre amigos também podem ser nocivos.

Características de uma amizade tóxica

De acordo com o psicólogo Reinaldo Renzi, a principal característica de uma relação desse tipo é quando uma ou ambas as partes envolvidas são desrespeitadas. "Se o amigo te usa como motivo de piada, revela um segredo seu ou usa das suas confidências para estabelecer um julgamento, a relação não pode mais ser considerada saudável", garante. Criticar o modo de se vestir ou falar; pedir roupas, dinheiro ou objetos emprestados e não devolver e chamar para sair somente quando está sem dinheiro, esperando que o outro banque o que gastar, também pode ser considerado tóxico.

Brigar o tempo todo é normal?

"Desentendimentos são normais e podem ocorrer em qualquer amizade. As discussões podem ser saudáveis se resultarem em diálogos e acordos. É inclusive através desses estranhamentos que uma pessoa pode mudar de atitude se estiver passando dos limites", garante o profissional. No entanto, em sua visão, as brigas frequentes não são benéficas. "Se a frequência estiver muito alta, é hora de rever o vínculo ou procurar se afastar", aconselha.

Agressão não se justifica

"Nenhuma situação pode ser resolvida pelo uso da violência física: ela só gera mais agressão e se trata de uma tentativa de subordinação do outro pela via do medo. É um sinal claro de que os limites do desrespeito alcançaram seu expoente máximo", opina.

Ir embora não é tão fácil quanto parece

"Da mesma maneira que nas relações amorosas, as amizades tóxicas se apoiam em um jogo psicológico em que uma pessoa é permissiva com relação aos abusos do outra. A manutenção da dependência é feita através de frases do tipo: 'só eu te entendo', 'se não estou do seu lado, ninguém mais está', 'se não sou eu para te apoiar, você não chega a lugar nenhum' e assim por diante", exemplifica. O conselho de Renzi para quem está vivendo uma situação do tipo é procurar ajuda profissional. "Psicoterapia é o melhor caminho, pois mesmo colocando um fim na amizade, é provável que a pessoa se envolva em outros relacionamentos ocupando o papel de vítima ou de algoz novamente", pontua.