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Na faculdade ela teve a ideia de agência de estágios e fatura R$ 30 milhões

Frustrada como estagiária, Poliana decidiu abrir um negócio para encontrar vagas condizentes com o perfil dos estudantes e concientizar as empresas - Divulgação
Frustrada como estagiária, Poliana decidiu abrir um negócio para encontrar vagas condizentes com o perfil dos estudantes e concientizar as empresas Imagem: Divulgação

Marcelo Testoni

Colaboração para Universa

10/04/2019 04h00

A capixaba Poliana Ferraz tinha 21 anos quando, em 2009, resolveu abrir seu próprio negócio, a agência Super Estágios, que fatura atualmente mais de R$ 30 milhões ao ano (marca que atingiu em 2016) se responsabilizando por toda a gestão de programas de estágio que uma empresa precisa. "Sem dúvida, a dificuldade encontrada em conseguir um estágio qualificado somada à vontade de querer ajudar estudantes me motivou", revela Poliana, que, antes de se formar em Relações Internacionais e Direito, não conseguia vivenciar como estagiária nada do que aprendia na faculdade, perdendo tempo em funções como tirar xerox e atender telefone.

Da frustração à oportunidade

Como conhecia mais gente na mesma situação, com dificuldades de encontrar um estágio compensador, Poliana percebeu a oportunidade de criar um negócio que servisse para indicar estudantes para vagas que tivessem relação com o que cursavam e também conscientizar as empresas sobre a importância do papel dos estagiários, que são os futuros profissionais.

"Estudei Direito, um curso que me ajudou a conhecer a fundo a Lei do estágio. Percebi ali que os anseios e desejos dos estudantes em buscar vagas qualificadas e promissoras eram enormes. Todo jovem almeja ingressar no mercado de trabalho", diz Poliana.

A então estagiária pediu R$ 1.500 reais emprestados para sua mãe e, com esse dinheiro, alugou, em Vitória, no Espírito Santo, um local pequeno para montar uma agência e contratar um programador para desenvolver um site. Os móveis da empresa ela conseguiu emprestado. "Tudo era feito pelo portal. Eu fazia sozinha toda a parte de relacionamento e prospecção de empresas, que queriam contratar estudantes e deixavam suas vagas comigo. Depois eu pegava os dados dos estudantes que se cadastravam no site por meio de divulgação, cruzava as informações e administrava os programas de estágio", explica Poliana.

Não foi um começo fácil, mas depois de conquistar alguns clientes, Poliana conseguiu chegar até as empresas grandes, aperfeiçoou sua plataforma e hoje tem até aplicativo de celular.

Ela expandiu o programa pelo Brasil

A Super Estágios cresceu, instalou sua sede no Rio de Janeiro, contratou 35 funcionários e, em 2015, se lançou como uma franqueadora. Se dois anos atrás tinha sete unidades, hoje soma 22, espalhadas por 21 cidades em todo o Brasil, e promete chegar a 32 franquias até o final deste ano.

"Continua o mesmo princípio. O estudante conta com o portal e o app Super Estágios, nos quais ele cria gratuitamente seu perfil e encontra as vagas de estágio compatível com o seu curso. Já as empresas, que são nossas clientes, contratam os estagiários por meio de nós, que somos um facilitador para elas, pois, além de acompanharmos o estudante, emitimos os termos, convênios com as instituições de ensino, seguro de vida e relatórios. Fazemos tudo", explica Poliana, dizendo que recebe de cada empresa que contrata seus serviços uma taxa mensal. Da parte do estudante, se ele tiver algum problema ou queixa durante o estágio, pode registrar o que acontece direto na plataforma.

Compartilhar para lucrar mais

Para se tornar um franqueado desse modelo, que dá o direito de atender todas as empresas de uma determinada região no gerenciamento de estágios a níveis técnico, médio e superior, Poliana diz que é necessário investir uma taxa de franquia de R$ 50 mil, fora o capital de giro, e entre R$ 20 a R$ 30 mil para montar as instalações físicas de uma agência em ponto alugado.

"O franqueado faz um treinamento de três dias com a gente, volta para sua cidade de origem, monta sua unidade física e, a partir disso, ele passa a prospectar sua clientela e a administrar os contratos gerados com as parcerias, pois está preparado para isso. Pode haver mais de uma franquia por cidade até. Em São Paulo, por exemplo, cabe uma unidade para cada região da capital, nas zonas norte, sul, leste e oeste", informa Poliana, concluindo que o retorno financeiro de uma franquia ocorre, em média, um ano e meio depois, com faturamento médio mensal estimado em torno de R$ 108 mil, dos quais R$ 45 mil representam os lucros - esses valores mediante contratações de cerca de 2 mil estagiários por meio da agência.