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Deputadas vão decidir as principais representantes das mulheres em Brasília

A deputada federal Luísa Canziani, presidente da comissão das mulheres em Brasília; mais jovem deputada no País, é estreante na Câmara - Cleia Viana/Câmara dos Deputados
A deputada federal Luísa Canziani, presidente da comissão das mulheres em Brasília; mais jovem deputada no País, é estreante na Câmara Imagem: Cleia Viana/Câmara dos Deputados

Marcos Candido

Da Universa

25/03/2019 12h07

Nesta e na próxima semana devem ser definidas as principais pautas e deputadas que estarão em defesa de leis em prol da mulher na Câmara dos Deputados, em Brasília.

Em entrevista à Universa, a deputada federal Luísa Canziani afirma que vai reunir deputados e deputadas na quinta-feira (28) para formatar o funcionamento da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, criada em 2016. No último dia 14 de março, Canziani foi eleita presidente da comissão.

"[Na quinta-feira vamos nos reunir] para que a gente defina quais serão as diretrizes do nosso trabalho neste ano. Vamos construir quais são a visão, missão, os valores e o planejamento estratégico que vão definir nossas diretrizes de trabalho e atuação da comissão", diz.

As comissões da Câmara discutem e votam projetos de lei. Uma vez aprovada pela comissão, os projetos podem ser discutidos e votados por todos os deputados federais em plenário, até mesmo se tornar efetivamente uma lei.

Bancadas temáticas repetem estratégias

Deputados das bancadas evangélica e da bala têm usado a comissão da mulher para defender o "estatuto do nascituro" e leis de endurecimento ao aborto legal.

Os deputados Capitão Augusto (PR-SP), membro da bancada da bala, e Flordelis (PSD-RJ), cantora evangélica, já fizeram requerimento à comissão para discutir temas relacionados à interrupção da gravidez e proteção ao feto.

Atualmente, o aborto é permitido apenas se há risco à mulher, for fruto de estupro ou de fetos anencéfalos.

Apesar disso, os dois deputados não compareceram à primeira sessão nesta quarta (20).

Em vez disso, a sessão contou com participantes já carimbadas na comissão, como Erika Kokay (PT-DF), e da estreante na câmara Sâmia Bomfim (PSOL-SP), que discutiram pautas como combate à violência contra a mulher.

Bancada feminina se forma na Câmara

As chamadas "bancadas" da Câmara são simbólicas, mas estratégicas para a defesa de pautas em comum dos parlamentares. É o caso da bancada da bala, evangélica, agricultura e também da mulher.

Neste ano, a bancada feminina será a maior da história, com 77 deputadas eleitas. A bancada une parlamentares de diferentes partidos e ideologias desde a abertura democrática. Em comum, defendem pautas como a violência doméstica, igualdade salarial e inclusão das mulheres na política.

O Democratas, por meio da deputada Professora Dorinha, articula uma frente com PSOL, PP, PT e Pc do B para assumir o núcleo da bancada. Por fora, PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, costura uma frente mais conservadora para assumir temas da bancada feminina, segundo informações da "Folha de S. Paulo".