Topo

Suspeito de estupro, médico preso em SC filmou abusos contra 15 pacientes

Pacientes foram vítimas de médico que trabalhava em hospitais públicos, segundo a polícia - Getty Images/iStockphoto
Pacientes foram vítimas de médico que trabalhava em hospitais públicos, segundo a polícia Imagem: Getty Images/iStockphoto

Camila Brandalise

Da Universa

18/02/2019 16h52

Resumo da notícia

  • Clínico geral de 39 anos foi preso preventivamente no sábado (16)
  • Entre as vítimas está uma mulher que chegou ao hospital inconsciente e outra imobilizada em uma maca
  • Investigação envolve crimes de estupro de vulnerável e estupro mediante fraude

Um clínico geral de 39 anos que atuava na rede pública de saúde de Santa Catarina foi preso preventivamente no sábado (16), na cidade de Itajaí, suspeito de estuprar pacientes, uma delas aparentemente dopada e outra imobilizada.

A polícia recebeu 15 vídeos em que ele aparece apalpando as vítimas, e em cada um deles aparece uma paciente diferente. Segundo o delegado responsável pelo caso, Alexandre Carvalho de Oliveira, é possível ver o médico focando o celular para filmar as mulheres. "Ele próprio gravou os abusos", diz. Os crimes aconteceram em salas de diferentes hospitais.

Nas imagens não há registro de conjunção carnal. O médico aparece apalpando os órgãos sexuais das pacientes. Ainda assim, seguindo a legislação brasileira, ele poderá responder por estupro.

Em dois casos, o crime é de estupro de vulnerável, em que as vítimas não conseguiam apresentar resistência. Em um dos vídeos, uma mulher aparece inconsciente, de olhos fechados, como se estivesse dormindo. "Ela poderia ter chegado ao hospital em situação de overdose", afirma Oliveira. "Ou pode ter sido anestesiada para depois ser abusada."

Em outro vídeo, a paciente está imobilizada em uma maca, com o corpo todo travado. "Ela vinha de um trauma, uma queda, e também foi apalpada no atendimento. Não tinha como reagir porque não conseguia se mexer", diz o delegado.

Entre as outras 13 vítimas, a investigação é de estupro mediante fraude. "Como no caso do João de Deus, que dizia às vítimas para pegarem em seu pênis para serem curadas, o clínico geral investigado se aproveitou da situação de médico para pegar nos seios e na genitália das vítimas sem necessidade", explica o delegado.

Há suspeita de que algumas das mulheres que aparecem nos vídeos sejam menores de idade. Se isso for confirmado, ele poderá responder também por armazenamento de imagens envolvendo criança ou adolescente.

Conselho Regional de Medicina abriu sindicância

O Cremesc (Conselho Regional de Medicina de Santa Catarina) informou, por meio de nota, que instaurou uma sindicância para "averiguação minuciosa do caso". "Na tramitação, solicitará ao delegado responsável informações para analisar as providências cabíveis. Importante destacar que os procedimentos investigatórios deste conselho têm caráter sigiloso, visto que a divulgação de informações sobre casos específicos pode causar nulidade processual."

O médico investigado já trabalhou nas cidades catarinenses de Joinville, Navegantes, Itajaí, Barra Velha e Penha.