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"Reclamou do meu shorts": no BBB, Elana fala sobre machismo e dá um show

Ana Bardella

Colaboração para Universa

31/01/2019 04h00

Em conversa com outros participantes, Elana Valenária, do BBB 19, comentou sobre um de seus antigos relacionamentos. Segundo o que contou, um rapaz com quem ficava reclamou do tamanho do seu shorts. "Tu vai pra onde com essa cueca boxer?", foi a pergunta que fez, se referindo ao comprimento da roupa. Ainda de acordo com a piauiense, o ficante questionou o que a mãe dele pensaria se a conhecesse vestida como estava. "Encontrou essa daí onde?", completou. Mas a engenheira agrônoma não deixou barato, como é de costume dos participantes dessa edição

"Como é, rapaz? Nem meu pai tá reclamando das minhas roupas. Te conheço tem uns três meses, você tá reclamando por quê? Só te digo uma coisa: vou pra festa com esse shorts, desse tamanho, com um salto quinze e desço até o chão. Desde quando roupa significa alguma coisa, meu bem?", retrucou. Ao final da história, garantiu que depois do corte o rapaz nunca mais tentou interferir no seu guarda-roupa. 

Tentativa de dominação

Na visão de Ellen Moraes Senra, psicóloga especialista em terapia cognitivo-comportamental, trata-se de uma típica situação de machismo. "A roupa que a mulher usa deveria ser de escolha exclusiva dela. Quem tenta opinar nisso está querendo exercer poder sobre a outra pessoa", garante. A profissional explica que durante muitos anos os relacionamentos seguiram (e alguns permanecem seguindo) a lógica patriarcal, na qual os homens assumem as mulheres como propriedades e, a partir de então, impõem suas vontades, ditando as regras de comportamento.

Roupa não define personalidade

A psicóloga relembra que o caráter, a índole e a personalidade não se definem de acordo com a maneira como a pessoa decide se vestir. "Usar peças curtas ou justas, principalmente nos momentos de lazer, em que as normas sociais não demandam roupas diferenciadas, não impede uma mulher de ser uma excelente profissional, namorada ou esposa", assegura. 

Postura impecável

"Apesar da crítica agressiva e desnecessária, a participante conseguiu, através da sua postura, transmitir a mensagem que de não estava dando esse tipo de abertura", aponta. No entanto, há quem decida agir de maneira diferente. 

"Algumas mulheres, por diferentes tipos de dependência, têm medo ou preferem não desagradar, acreditando que o relacionamento vem em primeiro lugar. Por isso, preferem mudar o que estão vestindo ou fingir que não ouviram o comentário, sabendo que o parceiro ficará mal-humorado, e evitar conflitos como esse no futuro", exemplifica. Também aponta que concessões como esta são típicas de relacionamentos considerados abusivos, nos quais as vontades femininas são desrespeitadas em favor da dominação masculina.