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Mulheres protagonizam um mundo em evolução


Primeira pilota militar de helicóptero faz resgate arriscado em Brumadinho

A major Karla Lessa - Reprodução/TV Bombeiro
A major Karla Lessa
Imagem: Reprodução/TV Bombeiro

da Universa, em São Paulo

27/01/2019 13h34

A major Karla Lessa, primeira pilota de helicópteros de bombeiro militar do Brasil, impressionou por suas manobras no resgate às vítimas do rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, Minas Gerais, neste sábado (26).

"É como equilibrar uma vassoura na ponta dos dedos. Tem que ter muita perícia, treinamento e precisão", explicou ela ao "Jornal da Record", após mais um dia trabalhando no local.

Karla posicionou a aeronave a menos de um metro do solo para aproximar dois socorristas de Talita de Souza, de 15 anos, uma jovem presa em meio à lama. Enquanto um dos oficiais chegou a descer no atoleiro, outro se equilibrava na parte externa do helicóptero, tentando alavancar a vítima.

A habilidade da major em manter a aeronave estável possibilitou que Talita fosse retirada do local; e as imagens do resgate difícil impressionaram o público, que passou a compartilhá-las nas redes sociais e em aplicativos de mensagens.

No entanto, ela explicou à emissora que a manobra foi mesmo desafiadora para ela.

"A dificuldade é estabilizar a aeronave numa posição bem precisa e próxima. Porque estava difícil de acessá-la. Mobilizá-la, mais difícil ainda. E precisava retirá-la rápido, pois ela corria risco de morte."

Karla e os dois socorristas ainda contaram com a ajuda de dois moradores locais, Michel Fernandes e Jeferson Ferreira, para retirar a adolescente do lamaçal.

Em um vídeo institucional dos bombeiros de Minas Gerais, publicado no canal da corporação no Youtube em março de 2018, Karla revelou que começou como soldado aos 18 anos e que, mesmo trabalhando em um ambiente predominantemente masculino, deseja inspirar outras mulheres através de seu exemplo.

"Muitas vezes, quando eu pouso em alguma cidade fora de BH (Belo Horizonte], num campo, eu sou abordada por crianças que normalmente perguntam: 'Quem é o piloto?'. Quando eu faço que sou eu, gera uma surpresa. Já me deparei com meninas falando que queriam ser igual a mim quando crescessem. Isso é muito bacana."