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Expulsões em "A Fazenda": mulheres são mais explosivas do que os homens?

Ana Bardella

Colaboração para Universa

04/12/2018 04h00

Duas expulsões aconteceram ao longo da décima edição do reality show “A Fazenda”, ambas por agressão. Na primeira, Nadja Pessoa chutou as pernas do competidor Caique Aguiar após ser provocada por ele durante uma discussão. A segunda tirou do jogo a última mulher da casa, Catia Paganote. Durante uma prova realizada na piscina, sentindo-se visivelmente injustiçada, a ex-paquita se exaltou e deu um tapa no humorista Evandro Santo. Ela nega que a cena tenha sido assim. Em ambos os casos, mesmo sabendo das regras do reality, as participantes se deixaram levar pela raiva e perderam o controle diante das câmeras.

Mas, afinal, mulheres são mais explosivas?

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Nadja e Catia não foram as únicas a serem expulsas de realities. Há sete anos, Duda Yankovich passou por uma situação semelhante à da ex-paquita no mesmo programa da Record. Outro exemplo é Ana Paula Renault, que foi obrigada a deixar a décima sexta edição do “Big Brother Brasil” após agredir um rapaz com tapas. Com base nesses casos, há quem diga que as mulheres são impulsivas e, portanto, têm mais dificuldade para controlar as emoções.

No entanto, Monica Damini, psicanalista do portal EuSemFronteiras, opina: “O gênero por si só não leva alguém a agir de maneira mais ou menos agressiva”. De acordo com a profissional, o que pode levar uma pessoa a perder as estribeiras, além da tendência natural à impulsividade, são os assuntos mal resolvidos do passado. “Quem foi criado em um ambiente tranquilo, sem agressividade, dificilmente terá uma reação violenta”, garante. Isso porque a maior parte das nossas ações são guiadas pelo subconsciente, que reage de acordo com as experiências do passado.

Levando em conta o contexto social, Monica explica que as mulheres têm mais liberdade para demonstrar seus sentimentos. “Já os homens são educados para serem contidos, firmes”, exemplifica. Esses condicionamentos podem influenciar pessoas do sexo feminino a demonstrarem a raiva com mais liberdade, em episódios explosivos. Porém, além de os homens também estarem sujeitos a essas situações, o fator decisivo, segundo a psicanalista, são os gatilhos do inconsciente.

Reações involuntárias

“Muitas vezes não sabemos porque reagimos de uma determinada maneira”, aponta Monica. Segundo a profissional, o mecanismo que leva as pessoas a terem reações desproporcionais diante de um fato geralmente tem origem no passado. “Uma criança que sofreu uma experiência ruim ou trauma pode não se lembrar do acontecimento na vida adulta, mas transferir os sentimentos daquela época para situações semelhantes que ocorrem no presente – e, com isso, ter reações exageradas”, diz.

Se um assunto antigo não estiver bem resolvido, a tendência é que ele volte a aparecer no cotidiano, muitas vezes de maneira cíclica. “A chave para se livrar dos padrões antigos de comportamento está em descobrir a origem do problema e ressignificar o acontecimento. Dessa forma, a pessoa esvazia as emoções e fica somente com a memória, passando a lidar com a vida de uma forma mais tranquila”, orienta. Monica pontua ainda que o processo fica mais fácil com a ajuda de um profissional da área.