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Rede social de swing dos tempos do Orkut mantém discrição e atrai jovens

Site mantém segurança do usuário que vai em busca do estilod e vida liberal - Getty Images
Site mantém segurança do usuário que vai em busca do estilod e vida liberal Imagem: Getty Images

Marcos Candido

Da Universa

06/11/2018 04h00

O casal N. e R.*  entrou no CRS (Capital Real Swingers) em maio. “Nós adoramos”, resume N.. O site, uma criação brasileira, existe desde 2007 e é exclusivo para casais praticantes de swing. A ferramenta surgiu quando um casal teve a ideia de conectar pessoas com os mesmos interesses. Desde então, o foco era a segurança e a discrição, características que se mantêm até hoje. Os criadores inventaram também o "diploma", um certificado de veracidade que comprova que o casal existe e não se trata apenas de um aventureiro solteiro. Assim, distribuíram convite para casais conhecidos e a rede foi se formando.

Para entrar, é preciso conhecer alguém que já está dentro. Muita gente faz contato ao vivo, na própria casa de swing, e pede convite. No CRS, a característica principal é a privacidade e o controle de quem participa. Só cria um perfil quem recebe o convite de um “padrinho”, o responsável por provar que o casal tem "diploma". 

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N. conheceu a namorada em uma casa liberal de São Paulo, há cerca de um ano. Depois de entrarem na plataforma online mediante convite, os dois, que têm cerca de 20 anos, criaram contatos na noite e tornaram-se padrinho de casais com as mesmas características e afinidades. Por serem jovens, eles fogem ao estereótipo: os praticantes são normalmente mais experientes, casados há vários anos. 

Mas eles representam uma tendência de mudança de comportamento. Praticantes ouvidos pela Universa disseram que o site é um dos instrumentos que tem ajudado a conectar o público mais jovem ao meio do sexo liberal. “O diferencial é que o ambiente é muito mais restrito e controlado”, explica N.

Conteúdo adulto fora do Orkut

Além de conectar praticantes espalhados pelo país, surgiu como resposta ao Orkut, à época povoado por centenas de milhares de perfis falsos, que excluía conteúdo adulto na rede. “E, até hoje, continua restrito”, explica uma frequentadora da noite liberal de São Paulo, que está no site há dez anos.

Hoje, o CRS tem cerca de 18 mil participantes; em contraste ao tamanho da concorrente Sexlog, que ultrapassa mais de 200 mil usuários ativos por dia ao permitir que qualquer pessoa crie um perfil. Os usuários garantem que a vantagem é a privacidade e o controle e autenticidade dos swingers. No  CRS, 80% são casais, enquanto este número é de apenas 40% no Sexlog.