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Dia Internacional da Menina: por que a data importa para o futuro delas

Getty Images
Imagem: Getty Images

da Universa, em São Paulo

11/10/2018 12h24

Nesta quinta (11), comemora-se o Dia Internacional da Menina, data estabelecida pelo Unicef (Fundo das Nações Unidas para Infância) em 2012 para discutir ideias e propostas para garantir o futuro das garotas ao redor do globo.

A cada ano, um tema é eleito para as iniciativas que serão apoiadas na data. Em 2018, foi escolhido "Com Ela: Uma Força de Garotas com Habilidades", que defende projetos de escolarização e capacitação das meninas para que elas possam diminuir nos anos a seguir a diferença salarial entre os gêneros e aumentar a representatividade de mulheres em posições de liderança no mercado de trabalho.

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Segundo o Unicef, 600 milhões de garotas adolescentes começarão a trabalhar na próxima década — e 90% delas nos países em desenvolvimento ocuparão postos de trabalho informais, submetidas a abuso e exploração.

"Estereótipos de gênero negativos, associados à educação das meninas nas áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática começam logo na escola primária e têm o efeito devastador de fazê-las duvidar do seu próprio potencial”, afirmou o secretário-geral das Nações Unidas António Guterres em comunicado oficial nesta quinta (11).

As mulheres representam apenas 30% de todos os profissionais formados em tecnologia da informação e comunicação, segundo a organização. No mundo todo, elas ocupam menos de 30% das vagas de pesquisa.

Através de conteúdos produzidos pelas redes sociais e apoios a iniciativas de organizações parceiras que criam oportunidades para o desenvolvimento de garotas, o UNICEF e a ONU esperam combater estas desigualdades.

Em outros anos, outros objetivos foram abordados pela instituição em suas campanhas, como a extinção do casamento infantil. A diretora-executiva do Fundo de População da ONU (UNFPA), Natalia Kanem, também discutiu o tema nesta quinta.

"O casamento infantil e a gravidez na adolescência forçam milhões de meninas a abandonar a escola. Leis prejudiciais e normas sociais restringem o conhecimento e a autonomia das meninas sobre seus próprios corpos. A discriminação de gênero arraigada pode lançar as bases para uma vida inteira de oportunidades perdidas", afirmou.

Ela ainda defendeu também o protagonismo das meninas em processos políticos e decisórios que dizem respeito às suas vidas.

"Vamos ajudá-las a exercer seus direitos e tornar reais as suas aspirações. Vamos investir em sua saúde e educação, investir em suas habilidades e liderança e então vamos sair do caminho delas e deixá-las liderar", prometeu.