O sexo tá monótono? Veja 4 situações em que isso ocorre e como reverter

Vocês ainda transam, mas a intensidade tem deixado bastante a desejar. E, embora ainda não tenham falado a respeito, os dois sabem que há tempos a cama já não treme como antes.

O primeiro passo já foi dado, acredite: ter consciência de que o problema existe já é meio caminho andado rumo à solução.

O movimento seguinte é analisar se o motivo tem ou não a ver diretamente com o relacionamento.

Algumas circunstâncias, como as listadas a seguir, podem ser reversíveis com diálogo, cumplicidade e mudanças de atitude.

Situação 1: vocês se acomodaram a um jeito específico de transar

E, com receio de magoar o outro ou medo do novo, seguem o mesmo script de sempre. Só que as relações, principalmente as mais longas, exigem renovação constante daquilo que foi combinado, explicita ou implicitamente, entre o casal.

Casais que praticam sexo sempre igual e muito rápido tendem a vivenciar uma relação de insatisfação, desinteresse e desconexão.

O impacto pode ser sentido no distanciamento, frieza, brigas bobas e foco em outras áreas da vida como, por exemplo, o trabalho.

Um dos grandes erros é repetir as fórmulas que um dia deram certo e, hoje, não funcionam mais. Tentar insistir em fazer sexo da mesma maneira que está acostumado pois "é assim que eu gosto" limita a descoberta de novas experiências e acaba gerando desinteresse.

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As pessoas mudam conforme os anos, portanto o casal também acabam mudando e os arranjos pedem transformação. Cabe a cada par criar, revigorar e renovar sua sexualidade, descobrindo e propondo novos jeitos de acariciar, de tocar o outro, de experimentar as sensações e de abrir o jogo sobre fantasias e desejos.

Situação 2: conversando, é possível contextualizar o problema

Se o casal tem um bom diálogo, dá para analisar as situações que vêm enfrentando, sozinhos ou a dois, e identificar quais interferências têm deixado o sexo mais "apagadinho".

As atribulações que podem afastar um casal são das mais diversas ordens e, algumas delas, são plenamente justificáveis, como medo de perder emprego, desemprego, chegada de bebê, etc.

Seja qual for o caso, é importante o casal encarar o cenário como algo circunstancial e investir, principalmente, nos momentos a dois, mesmo que não envolvam sexo.

Situação 3: a individualidade de cada um está comprometida

É comum que um casal que está há um tempo razoável junto comece a se estranhar e achar que é uma pessoa só.

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De forma consciente ou não, regras como "o que é meu é seu" e "só faço minhas coisas com você" acabam permeando o relacionamento e extraindo da convivência uma boa dose de graça e frescor. Vivendo as mesmas coisas, as duas pessoas não têm o que conversar.

O que é diferente do outro se perde com o tempo. Não se valoriza mais a individualidade, e os dois acabam ficando muito parecidos. Assim, a monotonia acaba se instalando na cama.

É preciso criar novos acordos para cada um seguir seu caminho sem se distanciar demais, fazer o casamento ganhar um novo brilho e inventar formas diferentes de se tornar mais interessante, não só aos olhos alheios mas para a própria opinião.

Situação 4: um dos dois está precisando de ajuda

Muitas pessoas estão com depressão e, por falta de informação, receio ou medo da opinião do par, acabam guardando para si o que vêm sentindo, como tristeza, indisposição, desânimo, apatia. Esses sintomas acabam se refletindo na vida sexual e detonando o relacionamento.

É preciso atacar o problema de frente: se o par lhe parece estranho, calado ou frio, chame-o para conversar. Perguntar se o outro está precisando de ajuda é fundamental para identificar questões que vão além de não querer estar mais juntos e eliminar suspeitas fantasiosas.

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O mesmo vale se os sintomas estiverem acontecendo com você: abra o jogo. Só um papo honesto e objetivo pode sanar as dificuldades e abrir espaço para a resolução.

Para colocar em prática já:

Tenha em mente de que nada na vida é apaixonante o tempo todo.

Em um primeiro momento as pessoas experimentam a paixão, o tesão, o sabor da conquista. Depois, quando essas sensações arrefecem, entram em cena o amor, o companheirismo, a cumplicidade. Por isso, em alguns casos, é comum ter a impressão de que o sexo está ficando morno; quando, na verdade, a relação está ganhando outras coisas. Isso não implica, no entanto, em abrir mão de uma boa sexualidade.

Se ainda há o desejo —vocês sentem atração um pelo outro, só não conseguem colocá-la em prática do jeito que gostariam—, sempre é possível estimulá-lo. Mais do que focar no sexo em si, vocês devem investir no aspecto erótico da relação, partindo para ações e gestos que despertem o tesão adormecido e criando condições estimulantes para liberá-lo.

Partir para um jogo de culpa, em que um responsabiliza o outro pelo sexo morno, é muito ruim, mas fingir que nada está acontecendo só vai fazer com que o não dito vá se transformando numa bola de neve cada vez maior. Admitam o problema, juntos, e conversem francamente —com assertividade, sem agressões, ironias ou ofensas— sobre o que podem fazer para enfrentá-lo e melhorar a vida a dois.

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Fontes: Adelsa Cunha, psicóloga e coautora do livro "Por Todas as Formas do Amor" (Ed. Ágora); Claudia Melo, psicóloga; Maria Silvia Pessoa, psicóloga e terapeuta de casal; Marcelo Lábaki Agostinho, psicólogo clínico; e Pablo Tuffano, coach de relacionamentos.

*Com matéria publicada em 20/08/2018

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