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Manifestantes acompanham discussão sobre aborto na Argentina

Ativista a favor da descriminalização do aborto em frente ao Congresso Nacional da Argentina, em Buenos Aires. Em uma jornada dividida, grupos se concentram para pressionar o país católico do Papa Francisco - Eitan Abramovich/AFP
Ativista a favor da descriminalização do aborto em frente ao Congresso Nacional da Argentina, em Buenos Aires. Em uma jornada dividida, grupos se concentram para pressionar o país católico do Papa Francisco Imagem: Eitan Abramovich/AFP

Da Agência Brasil

08/08/2018 14h50

A poucas horas da votação no Senado da Argentina sobre a descriminalização do aborto, a praça em frente ao Congresso está parcialmente ocupada por manifestantes.

Como ocorre entre os 72 senadores, os manifestantes estão divididos - entre defensores da proposta, que usam lenços verdes, e os que estão com lenços azuis, contrários. Ao longo do dia, os parlamentares discutirão e, em seguida, votarão o projeto que determinada a legalização da interrupção da gestação até 14 semanas de gravidez.

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A expectativa é que a votação ocorra nesta noite ou nas primeiras horas de quinta-feira (9). O projeto de lei foi aprovado pela Câmara dos Deputados no dia 14 de junho, depois de 23 horas de debates e por uma diferença de apenas 4 votos - 129 votos favoráveis e 125 contrários.

As discussões de hoje (8) que estavam marcadas para começar ao meio-dia foram antecipadas.

"Os senadores fizeram isso para evitar a pressão das ruas", disse à Agência Brasil Andrea Zamparini, uma das coordenadoras da campanha pela legalização do aborto. "As mobilizações iam começar ao meio-dia e, depois das cinco da tarde, quando as pessoas começam a sair do trabalho, lotaríamos a praça."

Apesar da mudança de horário, desde cedo manifestantes cercavam o Congresso, para tentar influenciar os senadores. Dos 72 senadores, às vésperas da votação, 38 se manifestaram contrários e 31 favoráveis.

Pela legislação da Argentina, o aborto é permitido apenas em casos estupro ou ameaça de morte para gestante.

Os defensores da lei argumentam que o aborto continuará sendo praticado de forma clandestina, apesar de proibido, e que a legalização deve ocorrer como forma de salvar a vida das mulheres, que morrem ou tem problemas de saúde porque não tiveram acesso a um hospital.

Os contrários à proposta se opõem ao aborto porque afirmam que o feto é um ser humano e aprovar a descriminalização seria autorizar o homicídio. Esses grupos contam com apoio da Igreja Católica e do Papa Francisco, que é argentino.