Do resguardo às posições: 9 dicas de sexo para quem acabou de ter um bebê

Depois de um período de jejum, por causa da fase pós-parto, é normal querer voltar a transar. No entanto, as mudanças hormonais e físicas, a ansiedade e até possíveis dificuldades de adaptação à nova rotina podem atrapalhar os desejos sexuais.

O segredo para encarar essa fase é ter muita calma, não ignorar as recomendações médicas e respeitar os próprios limites, conforme ensinam as dicas a seguir:

1. Não tenha pressa para voltar logo à ativa

No caso do parto normal, o recomendado é esperar de 30 a 40 dias para retomar o sexo com penetração. Esse período é necessário para que o interior do útero pare de sangrar e cicatrize. Nessa fase, além de dolorosa a penetração, há o risco de a mulher desenvolver algum tipo de infecção no útero. Já a cesárea, por conta do corte maior, requer entre 60 a 90 dias de espera para uma transa completa. E, conforme o útero retoma seu estado normal, é comum sentir cólicas que podem aumentar durante a amamentação.

2. Respeite a sua vontade

É normal que o desejo sexual seja afetado nesse período. Isso acontece porque a prolactina, o hormônio responsável pela produção de leite, afeta não só a libido como ainda provoca ressecamento vaginal. Então, mesmo depois do tempo de "resguardo", volte à ativa conforme sua vontade. É bom lembrar que a ansiedade e o medo interferem nas emoções e influenciam, sim, a retomada da vida sexual, deixando a mulher menos confortável e mais tensa. Isso tudo se soma à situação que já é naturalmente mais complicada, por conta dos hormônios e da nova rotina. Vá com calma e não ultrapasse seus limites.

3. Cuide bem do corte para evitar problemas

Se o bebê nasceu de parto normal e você passou por uma laceração que envolveu pontos ou uma episiotomia, mantenha a cicatriz bem limpa, lavando-a com sabonete durante o banho ou após ir ao banheiro fazer suas necessidades fisiológicas. Seque bem a região, que pode ficar dolorida. Os pontos devem cair sozinhos. Quem se submeteu à cesárea também deve limpar bem o corte e seguir à risca as orientações médicas sobre esforço físico, carregar peso etc. Os pontos são retirados no consultório depois de 8 ou 10 dias. Esses cuidados evitam possíveis infecções que comprometem a genitália e retardam ainda mais o retorno à vida sexual.

4. Sangramento não é motivo de medo

Após o nascimento do bebê, você pode notar um sangramento que pode durar até 40 dias. Não se trata de menstruação nem é sinal de algo grave. Esse sangramento ocorre porque o corpo está eliminando o material que revestia o útero durante a gestação. Inicialmente, o fluxo intenso tem coloração avermelhada. À medida que o útero se contrai e vai voltando ao tamanho normal, o fluxo diminui e se torna rosa, passando por marrom até ficar amarelado. Quem fez parto normal tem um fluxo mais intenso, já que a retirada da placenta estimula a expulsão dos tecidos restantes, promovendo a regeneração uterina. Atenção: se o fluxo for muito intenso, com coágulos grandes, cheiro ruim ou se você tiver febre e calafrios é sinal de que alguma coisa está errada. Procure o ginecologista imediatamente.

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5. Lubrificante é essencial

É fato: por conta da ação dos hormônios, as mulheres tendem a ficar menos lubrificadas depois do parto, especialmente se estão amamentando. Então, mesmo que seja dado o sinal verde para o sexo, é possível que a lubrificação ainda não seja a ideal. Nesse caso, além de o par caprichar nas preliminares, é importante investir em um lubrificante à base de água para que o atrito do pênis não cause desconforto ou dor.

6. Informe-se sobre medidas contraceptivas

Converse com seu ginecologista sobre formas de contracepção, principalmente se estiver amamentando. Camisinhas lubrificadas podem ser boas aliadas do sexo nessa fase, já que métodos como a pílula anticoncepcional combinada e o anel vaginal podem afetar o suprimento de leite.

7. Posição ideal? A que você se sentir bem

Assim que seu médico liberar o sexo, você pode se sentir em dúvida sobre qual posição é a melhor. A verdade é: a que você conseguir se sentir confortável. No início, algumas mulheres preferem transar de conchinha (com o par penetrando a vagina por trás), porque se sentem acolhidas e a penetração não é tão intensa. Mas variações como papai-mamãe e de quatro também são permitidas, desde que você esteja a fim.

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8. Leite pode vazar durante o sexo

Por conta dos estímulos e da produção hormonal a todo vapor, é comum, em muitos casos, que o leite comece a jorrar durante a transa. Se isso for um incômodo para você ou para o par, a sugestão é usar sutiã com absorvente de seios quando for fazer sexo. Caso o leite não atrapalhe nada e até vire uma brincadeira sexual entre o casal, tudo bem.

9. Lembre-se: sexo não é só penetração

Mesmo depois de o médico liberar o sexo, é possível que o casal passe por um período de readaptação: o cansaço, a nova rotina, as mudanças hormonais e físicas e a presença de um novo ser em casa, às vezes, provocam estranhamento e desconforto. Assim, nem sempre acontece um retorno triunfal ao mundo do prazer conforme o esperado. Porém, nada os impede de explorar novos caminhos e carícias e de retomar tudo aos poucos. Aliás, o ideal é que o casal não deixe de namorar, trocar carinhos, beijos, abraços e até praticar sexo oral durante a "quarentena". Aproveitem para se unir mais e, com amor e dedicação, renovarem a relação, na cama e fora dela.

Fontes: Cristina Carneiro, ginecologista e obstetra, de São Paulo (SP), e Leila Cristina, terapeuta sexual e autora de "O grande livro do amor e sexo" (Ed. Literare)

*Com matéria publicada em 24/07/2018

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