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11 hábitos que você pode ter para evitar que o desemprego afete o casamento

Getty Images
Imagem: Getty Images

Léo Marques

Colaboração para Universa

22/06/2018 04h00

A crise econômica levou o Brasil a ter no primeiro trimestre de 2018 mais de 13,5 milhões de desempregados, de acordo com os dados do IBGE. Muitos casais, com ou sem filhos, foram atingidos. Depressão, estresse, nervosismo, ansiedade, baixa autoestima e vergonha são alguns dos sentimentos que alguém que perde o emprego pode acabar vivendo e que atinge diretamente o casamento.  

Saber lidar com esse momento, portanto, é importante para manter o equilíbrio do relacionamento. “Tudo que tem a ver com gasto, dinheiro e contas gera uma enorme tensão. É preciso sentar e fazer um planejamento familiar. O que é despesa essencial para manter a casa, a saúde, a educação dos filhos e o que é supérfluo ou luxo”, comenta a psicóloga Marina Simas de Lima, cofundadora do Instituto do Casal.

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Segundo Daniel Lisboa Soares, coordenador adjunto do curso de Psicologia da FMU (Faculdades Metropolitanas Unidades), de São Paulo, a maioria dos conflitos gerados pela situação de desemprego está associada à mudança de papéis na relação, sobretudo se a pessoa desempregada for a principal provedora econômica da casa. “Estas alterações englobam aspectos financeiros, psíquicos, sociais e podem desencadear diversos conflitos se não forem bem compreendidas e manejadas”, alerta.

Para eles, o fardo é mais pesado

Embora tenhamos importantes avanços sociais e econômicos na questão do machismo, a atribuição do papel de provedor ao homem ainda é muito presente na sociedade. Eles tendem a se sentirem mais frustrados e fracassados quando desempregados. As mulheres tendem a encarar o desemprego com menos repercussões em seus papéis sociais, o que ocasiona menos cobranças e maior disponibilidade interna para seguir em frente.

“É preciso rever essa rigidez nos papéis. Famílias mais flexíveis e com tarefas divididas igualmente entre homem e mulher tendem a se adaptar melhor a situações como essa", segundo Belinda Mandelbaum, psicóloga e professora do Departamento de Psicologia Social e do Trabalho da Universidade de São Paulo (USP).

Veja 11 hábitos que você pode mudar e que vão deixar essa fase menos estressante

1. Conversar mais: é importante trocar ideias sobre o que pensam, sentem e esperam um do outro. O diálogo ajuda a afastar ansiedades provenientes de falsas expectativas ou culpas que se atribui a si e ao parceiro.

2. Demonstrar amor: pequenos gestos de afeto fazem toda a diferença na hora de passar por esta fase difícil e consolidar a relação. Escrever um bilhete de estímulo, fazer um café, enviar uma mensagem de texto durante o dia são alguns exemplos. O importante é que o gesto seja sincero.

3. Praticar a gratidão: observar e sentir-se grato por todas as conquistas que já obteve na construção do lar, na carreira, nos relacionamentos, ao longo de toda a vida, ajuda a tirar o foco para o que não se tem no momento: o emprego.

4. Comemorar: celebrar pequenos e grandes acontecimentos tornam a vida mais leve. A falta dos recursos financeiros não deve ser desculpa para deixar de festejar eventos importantes.

5. Ser otimista: ter otimismo não significa ser ingênuo ou viver de falsas expectativas. Diante de um cenário qualquer, positivo ou negativo, ele é o filtro que deve ser utilizado para interpretar as oportunidades presentes no momento e utilizá-las da melhor maneira possível.

6. Planejamento financeiro: é parte da aceitação da realidade e da estratégia de enfrentamento da situação controlar as despesas. Fazer de conta que nada mudou pode ser perigoso. É preciso cortar o supérfluo, buscando prazeres acessíveis, cozinhando em casa, trocando o cinema pela TV e usando mais o transporte público, por exemplo.

7. Vida social: mantenha contato com parentes e amigos. Por mais difícil que possa parecer, é importante estar presente em eventos sociais. Muitas oportunidades de emprego surgem desses encontros. Este é um momento em que se deve ser franco sobre a situação e solicitar auxílio da rede de contatos.

8. Deixar a família ciente: os filhos devem ser envolvidos de acordo com sua capacidade de entendimento da situação. É preciso que eles saibam que, momentaneamente, as coisas estarão diferentes na rotina da casa e que estas alterações não são causadas por eles. Esta é uma situação de amadurecimento para todos, inclusive para as crianças. Aproxime-se delas, ofereça amor e outras formas de passar o tempo juntos.

9. Cuidar do parceiro: Há momentos em que um dos dois estará precisando mais de apoio. Fique atento às demandas e necessidades do companheiro. Seja presente. Muitas vezes ouvir é a melhor maneira de ajudar.

10. Cuidar do lar: Aproveite o tempo livre para fazer tudo aquilo que não consegue quando está trabalhando. Limpe, faça reparos, mude os móveis de lugar, etc. Assim você se mantém ocupado e torna o ambiente melhor ao seu redor para si e para sua família. Ao cuidar da casa, o desempregado toma posse da sua própria capacidade de trabalhar e realizar melhorias no mundo. Isto é fundamental para manter um estado emocional positivo e aberto a oportunidades profissionais.

11. Não procurar responsáveis: o desempregado não deve ser culpado pela situação em que se encontra, nem se deve colocar o cônjuge que trabalha em posição superior. Ambos estão juntos e devem manejar esta situação como companheiros, cada um contribuindo como pode. Por mais que o desemprego seja um fator extremamente relevante, não dimensione como a única realidade do casal. É importante apropriar-se de outros aspectos positivos presentes na vida e na relação.