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"Prender é exagero", diz Alvaro Dias, em relação a mulheres que abortam

Álvaro Dias, pré-candidato a Presidência da República pelo Podemos  - Carine Wallauer/UOL
Álvaro Dias, pré-candidato a Presidência da República pelo Podemos Imagem: Carine Wallauer/UOL

Juliana Linhares

Da Universa

07/05/2018 11h22

UNIVERSA nas eleições

Pré-candidatos à presidência da República respondem a questões de interesse feminino.

Alvaro Dias (Podemos), senador pelo Paraná

“Prender é exagero”

O senador Alvaro Dias, do Podemos, disse à UNIVERSA que, se eleito presidente, pensa em alterar a previsão de detenção a mulheres que fazem aborto fora das três únicas possibilidades previstas na legislação. Veja outras questões comentadas pelo político:  

UNIVERSA: O senhor concorda com a legislação vigente sobre o aborto, que só não criminaliza três tipos de aborto: em casos de estupro, risco de vida para a mãe e feto anencéfalo?

ÁLVARO DIAS: Sim. Ela é suficiente.

Portanto, concorda também que a mulher que aborta fora desses três casos deve ser punida com detenção de um a três anos, como diz a lei.

Não, aí é exagero.

O que é possível fazer, se for eleito presidente, para mudar a previsão de detenção para quem aborta?

Talvez alterar essa questão da prisão. Mas também é preciso trabalhar na prevenção, na educação.

O senhor sabe quantas mulheres são assassinadas por dia, mês ou ano no Brasil?

Esses números variam muito. Mas são muitas.

As últimas estatísticas dão conta de 12, por dia. Segundo a OMS, o Brasil é o quinto país no mundo com a maior taxa de feminicídio. O que é possível fazer, também na figura de presidente, para reduzir essas mortes?

A questão da segurança é ligada aos governos estaduais. Mas é possível pensar numa maior partilha de recursos federais para valorizar as delegacias especializadas em crimes contra a mulher.

A mulher ou a filha do senhor já sofreu algum tipo de violência sexual ou assédio?

Não. Nunca.

Elas são a minoria. O senhor imagina o que poderia ter feito em reação a um acontecimento como esse?

Não, não dá nem pra imaginar. Mas minha raiva seria proporcional à violência.