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Solidão atinge níveis de epidemia entre a Geração Z, os pós-millennials

Getty Images
Imagem: Getty Images

Da Universa

06/05/2018 18h54

Um estudo recente encomendado por uma empresa de seguros de saúde norte-americana, a Cigna, mostrou que a solidão atingiu níveis "epidêmicos" em todo os Estados Unidos.

E mais: entre os adultos da Geração Z (nesse recorte estão as pessoas que nasceram entre 1990 e 2010) o alarme é ainda maior. Essa população atingiu os níveis máximos de uma "escala de solidão" definida pelo estudo, que entrevistou 20 mil norte-americanos com mais de 18 anos, usando como base um questionário elaborado por psicólogos da UCLA (Universidade da Califórnia em Los Angeles).

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Foram feitas afirmações como “Seus interesses e ideias não são compartilhados por pessoas próximas”, “Há pessoas ao seu redor, mas não com você”, “Relações com os outros não são significativas” e “Não há ninguém em quem você pode se apoiar”.

Os entrevistados tinham como opção de resposta: “Nunca”, “Raramente”, “Às Vezes” ou “Sempre”, dependendo do quanto se identificavam com as frases. Os pesquisadores dividiram os participantes de acordo com suas idades, e perceberam que os mais jovens parecem ser os mais solitários. Entre a chamada Geração Z (18 a 22 anos), o Índice de Solidão foi de 48,3. 

Entre os millennials (nascidos entre 1980 e 1990), o índice foi de 45,3. Já entre os baby boomers (a geração dos nascidos no pós-guerra), o índice foi de 42,4. Ou seja, a solidão parece diminuir nos mais velhos. 

Embora seja difícil apontar os motivos que justifiquem essa diferença entre as gerações, os pesquisadores fizeram outras perguntas, relacionadas aos hábitos de cada entrevistado, e encontraram algumas correlações interessantes.

De forma geral, as pessoas com os menores índices de solidão também eram as que declaravam dormir o suficiente, se exercitar com frequência, passar tempo com os familiares e trabalhar sem se sentir sobrecarregados. Por exemplo, dos entrevistados, os que mais apresentaram interações com o outro, menos solitários se disseram. Outro exemplo: as pessoas mais saudáveis também demonstram menor índice de solidão. 

"Falta de conexão"

O presidente e CEO da Cigna, David Cordani, disse em um comunicado oficial que a falta de "conexão humana" é a culpa da epidemia de solidão vivida hoje. 

"Precisamos mudar essa tendência reformulando a conversa. Precisamos começar a falar em um 'bem-estar mental'", afirmou. "Quando a mente e o corpo são tratados como um só, vemos resultados poderosos."