Topo

Namoro: 7 coisas que ninguém esclarece sobre dar um tempo

Tempo existe? - Getty Images
Tempo existe? Imagem: Getty Images

Geiza Martins

Colaboração para Universa

29/04/2018 04h00

Só de falar em dar um tempo já bate aquele arrepio de medo e alerta. Afinal, ninguém mergulha num relacionamento imaginando que dali uns meses ouvirá ou fará um "pedido de pausa". A atitude é mesmo polêmica e, muitas vezes, incompreendida.

Tem gente que nem acredita que isso possa existir de verdade; outros já entendem aquilo como um ato covarde, pois pensa que a pessoa quer terminar mas não tem coragem; e há ainda aqueles que creem que o tempo pode resolver questões que se tornaram irresolutas para o casal. 

Quem está certo? Ninguém sabe. E pode ser que todos estejam, já que a única certeza nesse momento é que as ideias estão todas embaçadas e nadar em águas turvas pode nos forçar a enxergar melhor o horizonte...

Veja também

"Vale ressaltar que esse tipo de comportamento está muito mais associado a relacionamentos que podemos chamar de provisórios, como namoro e até noivado, em que as pessoas se permitem dar tempo por não estarem felizes mas não quererem terminar de vez", afirma o psicoterapeuta Vitor Paese.

É para elucidar essas questões que decidimos destrinchar os significados disfarçados nessas três palavrinhas temerosas: "dar um tempo".

1. Quanto tempo é "dar um tempo"?

Segundo Vitor, esse período geralmente não passa de um mês. "É bem a realidade que percebo [no consultório], mais de um mês já passou um ciclo de um momento e as pessoas, se não se falam, tendem a não restabelecer contato".

Ainda assim, é muito importante que se combine um prazo e que ocorra um reencontro para dizer como foi a experiência. "Sempre que [o tempo] fica em aberto dá margem para muita confusão, gera expectativa, ansiedade, angústia. Fica ruim para os dois", comenta.

2. O que quer dizer "dar um tempo"?

Representa, principalmente, a vontade de afastar-se até um certo ponto. "É quando a pessoa quer se distanciar do parceiro, mas não 100%, não completamente". Vitor afirma que, de algum modo, quem pede um tempo está inseguro de suas decisões, mas sabe que não quer ficar ao lado do parceiro naquele momento.

3. Durante esse tempo, não posso ficar com ninguém?

Isso vai depender do acordo do casal, que deve ser bem explícito para não rolar problemas depois. Lembra do dilema da Rachel e do Ross, em "Friends"? Ele ficou com outra garota durante "o tempo", ela descobriu e não quis voltar com ele.

"A relação pode estar aberta e ambos podem manter uma vida sexual não exclusiva, ou fechada e os laços de fidelidade devem ser respeitados, mesmo durante o tempo", afirma o psicólogo.

4. O que posso descobrir dando um tempo?

"A distância ajuda a avaliar a qualidade da relação, faz com que a pessoa tenha maior clareza se sente falta ou não do outro, se o parceiro ainda tem algum significado ou nível de importância na sua vida", comenta.

Basicamente, de um modo bem simples, são duas possibilidades de descobertas: entender que gosta do seu par e quer retomar a relação, ou que de fato foi muito bom, mas o sentimento já não é tão forte.

Porém, nem sempre a clareza aparece. Às vezes, o tempo é dado, mas nenhuma conclusão surge. É aí que nasce um impasse, quando não conseguimos descobrir se queremos seguir no relacionamento ou voltar à solteirice.

5. Se voltar, some tudo?

É bem provável que os problemas simplesmente continuem após a reconciliação acontecer. Principalmente, se o propósito de dar o tempo foi de eliminar as dificuldades que existiam na relação.

"Dar um tempo é bom desde que o casal se proponha a refletir, avaliar a relação, ter alguns movimentos terapêuticos, de autoconhecimento, autopercepção, que aí sim poderiam ajudar", opina Vitor.

Todavia, para o psicoterapeuta, os melhores resultados para driblar os obstáculos de um relacionamento se obtêm quando ambos param para conversar sobre as questões que são conflitivas "Isso é mais resolutivo do que parar para pensar e chegar a uma resolução sozinho, sendo que a questão não é de uma única pessoa, mas de duas."

6. Quando é hora de voltar?

Novamente, não há uma clareza. O certo é realmente respeitar as emoções, o que elas vão dizendo para você. Dentro daquele prazo de um mês, algum sentimento predominará. E é ele quem poderá nortear essa resposta.

Pode prevalecer a indiferença ou a sensação de bem-estar por estar distante, nesse caso a vontade de voltar não vai bater. Por outro lado, pode se sobressair a saudade, um sentimento de falta, uma dor emocional ou angústia.

"Essas sensações de mal-estar podem estar associadas à lembrança do parceiro e sinaliza que a pessoa quer voltar ou que esse tempo já deu e está na hora de conversar para saber como o outro está".

7. Não quero mais, e agora?

Se antes do deadline acabar, você descobrir que não quer mais seguir com o namoro/noivado, comunique a outra pessoa. Não deixe o tempo seguir em frente quando essa certeza pintar, muito menos permita que o tempo evolua sozinho para um rompimento. "Comunique diretamente. Deixar implícito não é nada bom, cria traumas, ressentimento e mágoas", finaliza.