Masturbação e mais: o que causa ejaculação retardada e como evitar

Você já deve ter ouvido falar de ejaculação precoce, quando o homem goza entre 1 e 2 minutos após a masturbação ou penetração, mas e em ejaculação retardada?

Esta é uma disfunção sexual caracterizada pela vontade do cara em querer gozar, mas não conseguir.

Para ser tratado como um problema, esse sintoma precisa persistir por meses e exceder mais de 20 minutos após a estimulação. É tempo demais se comparado à média indicada pelos estudos mais recentes, que classifica a ocorrência de uma ejaculação após 5 minutos de excitação intensa.

De 3% a 8% dos homens sofrem desse atraso, que pode ser definido como um transtorno do orgasmo masculino (TOM). É um problema que atinge homens de todas as idades, do início da vida sexual até o fim dela.

Excesso de masturbação é uma das causas

Não alcançar o orgasmo ou demorar demais para atingi-lo pode ter a ver com diversos fatores, como envelhecimento, doenças, problemas psicológicos e emocionais e até hábitos pouco saudáveis, como a masturbação excessiva, que pode provocar a diminuição da sensação de prazer e a perda de sensibilidade do pênis.

Geralmente, o transtorno está relacionado a baixos níveis hormonais, infertilidade, perda de sensibilidade genital, efeitos colaterais de medicamentos, estresse, ansiedade, depressão e até hiperestimulação peniana.

Há tipos de medicamentos que podem ajudar a retardar a ejaculação, como os antidepressivos e as drogas psiquiátricas. Isso porque esses remédios são inibidores da receptação de serotonina (substância responsável pela sensação de bem-estar e prazer).

Diabetes, traumas emocionais, como abuso sexual na infância, conflitos com a própria sexualidade e problemas de relacionamento podem estar envolvidos. Por isso, é importante que se identifiquem todos os fatores, pois dificilmente o problema se origina de uma única causa.

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Quanto à demora em ejacular após um dia cansativo ou durante uma semana de intensos estudos, é completamente aceitável. Porém, se suspeitar de algo, procure um médico.

Insatisfação sexual, medo e outros problemas

Se não tratada, a ejaculação retardada pode afetar, além da vida do paciente, a de sua parceira sexual, comprometendo a qualidade do relacionamento e até planos de casal.

Quem não ejacula, não engravida. Fora que o retardo na ejaculação gera estresse e impaciência durante a relação sexual. Afinal, com a demora, a mulher pode ainda perder a lubrificação ideal para a transa e sentir-se desconfortável.

Em casos mais sérios, o sintoma também pode gerar transtornos de ansiedade e de ereção no homem (que quer ter orgasmo e não consegue) como traumas na parceira por não associar mais a ideia de sexo à sensação de prazer.

Se o homem for solteiro, pode ainda não desenvolver relacionamentos íntimos e duradouros e acabar optando por relacionamentos virtuais, que podem melhorar ou agravar o interesse pela prática sexual.

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Como resolver

Se a causa do problema for excesso de masturbação, que desacostumou o cara ou o inibiu a querer ejacular por penetração, o gozo pode acontecer mais naturalmente se o toque for reduzido ou praticado com a ajuda da parceira.

Caso as doenças e os transtornos fisiológicos sejam os motivos, o indicado é tratá-los e reverter os sintomas do retardo com reposição hormonal e medicamentos de suporte, inclusive psíquicos, mas que não causem efeitos colaterais similares. O consumo de bebidas alcoólicas em excesso também deve ser evitado.

Se o problema não tiver causa aparente ou for intratável, a psicoterapia é o mais aconselhável. Na terapia é possível retomar o histórico da vida do paciente que contribuiu para a construção do sintoma atual, além de explorar os aspectos inconscientes que o sustentam e as melhores maneiras de enfrentá-lo.

Quando a terapia é de casal há ainda a possibilidade de o psicólogo compreender a dinâmica e o sintoma conjugal.

Fontes: Christian Friedrich Fuhro, médico urologista da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo; Júlio Bissoli, urologista do Hospital das Clínicas de São Paulo; e Patrícia Bader, psicóloga do Hospital São Luiz

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