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Érika Januza conta que enfrenta racismo e assédio dentro e fora das telas

Érika Januza, a Raquel de "O Outro Lado do Paraíso" - Reprodução/Globo
Érika Januza, a Raquel de "O Outro Lado do Paraíso" Imagem: Reprodução/Globo

da Universa, em São Paulo

15/03/2018 13h08

No ar como a juíza Raquel de "O Outro Lado do Paraíso", Érika Januza não enfrenta o racismo apenas em cena. Em entrevista à Universa durante o lançamento da coleção de joias "Pandora Shine" na noite desta quarta, 14, em São Paulo, a atriz discutiu sua experiência e percepção do preconceito na sociedade.

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"Ser negra não me livra de preconceito, independente da minha profissão", afirmou ao discutir se sua posição privilegiada de visibilidade a protegeria deste tipo de violência.

"Isso acontece muito e ouço muitas histórias assim. Depois da personagem, as pessoas têm compartilhado comigo suas histórias", revelou. Na trama, Raquel vê sua relação com Bruno (Caio Paduan) ser rejeitada pela mãe dele só por ela ser negra. Ela também enfrenta discriminação após se tornar juíza.

"Já ouvi advogados me dizendo que eu os represento. A gente pode ser o que a gente quiser e mostrar isso na televisão é mostrar a nossa força", refletiu.

E o racismo não é a única agressão cotidiana que a atriz já teve de enfrentar. "Mulher enfrenta muitas coisas por ser subjugada. O assédio, pessoalmente, não vivi depois que virei atriz, mas já passei por situações em transportes públicos e acho que toda mulher tem uma história de desrespeito, infelizmente, para contar”, disse.

“Pessoalmente, os homens dificilmente se aproximam de mim. Mas recebo muita coisa pelas redes sociais, que funciona meio como uma máscara. As pessoas se aproveitam disso”.

Apesar disso, Érika olha de maneira positiva a condição feminina. "Eu amo ser mulher, na outra vida quero ser mulher, por tudo que a gente pode, por tudo que a gente luta e consegue superar. A gente ainda é mais forte por ser mulher e a delícia de ser mulher é ser forte”, conclui.