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Por que esperar emagrecer para só depois ser feliz é uma grande bobagem

Não deixe que a comida seja o único prazer em sua vida; drible a ansiedade, para não descontar tudo na comida - Getty Images
Não deixe que a comida seja o único prazer em sua vida; drible a ansiedade, para não descontar tudo na comida Imagem: Getty Images

Heloísa Noronha

Colaboração para o UOL

21/02/2018 04h00

Muita gente deposita os planos de felicidade nos acontecimentos futuros –e conquistar o peso ideal costuma estar entre as principais conquistas de uma vida satisfatória. Mas será preciso mesmo esperar alcançar a silhueta ideal para se sentir bem? Abaixo listamos seis motivos que mostram que não é bem assim.

1 - É preciso ser feliz no momento presente

Segundo especialistas, é comum que as pessoas vivenciem uma sensação de extrema felicidade quando compram algo, emagrecem, trocam de carro, mudam de casa ou fazem a viagem dos sonhos.

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Acontece que, alcançado o objetivo, o estado de ânimo se estabiliza e volta a ser como antes. Por quê? Porque é um erro colocar a felicidade em fatores externos e acontecimentos futuros, em vez de buscar a satisfação diária nas coisas que tem e sendo quem é.

2 - Resolver mudar de vida já é motivo para se sentir feliz

Para Adriano Segal, diretor do Departamento de Psiquiatria e Transtornos Alimentares da Abeso (Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica), a própria decisão de mudar o estilo de vida é um trunfo a ser comemorado.

“Cada passo no caminho deve ser festejado e razão de orgulho, desde que a pessoa tenha metas realistas e decida emagrecer não para seguir um padrão imposto ou para agradar alguém, mas para ter mais saúde e viver melhor consigo mesma”, diz.

3 - Mude a maneira como vê as situações

“Não posso sair com meus amigos porque senão vou comer o que não devo”, “de jeito nenhum vou desse jeito para a academia”, “de que adianta ir para balada, se ninguém vai me querer”, “festa? Nem pensar, não tenho roupa que caia bem em mim”. Não são poucas as pessoas que ficam com esse tipo de pensamento limitante na cabeça, enquanto encaram uma dieta ou uma reeducação alimentar.

“Essas crenças geram uma condição de impossibilidade e de impotência para a sua mente, que, acredite, impedem qualquer um de emagrecer”, explica Branca Barão, palestrante e consultora do Crie (Centro de Referência em Inteligência Emocional), em Campinas (SP).

O ideal é encarar as situações sob um viés positivo. Exemplo? “Vou sair com a turma. Janto antes, assim não saio do meu plano, e me divirto”.

4 - Não encare o processo como algo sacrificante

Resolveu mudar a alimentação e abandonar o sedentarismo? Parabéns. “Evite, porém, encarar esse processo como uma decisão pesada, do tipo que tira até o prazer de viver”, aconselha Branca.

“Tente encontrar meios de fazer da dieta um estilo de vida mais leve e saudável, como parar de se pesar a todo momento ou acreditar que será feliz somente quando atingir seu objetivo”, completa. Curta a caminhada.

5 - É preciso aprender a reconhecer as emoções

“Não deixe que a comida seja o único prazer em sua vida”, afirma a psicóloga clínica Rejane  Sbrissa, especializada em transtornos alimentares e tratamento da obesidade. “Muitas vezes, comemos sem necessidade, buscando uma sensação de bem-estar para preencher algum vazio emocional.”

Ao aprender a identificar o que sente, é possível conseguir driblar a ansiedade e achar recursos emocionais para lidar melhor com as questões e se sentir bem.

6 - Você é muito mais do que um corpo

“É preciso cultivar o bem-estar e estar em equilíbrio em todas as áreas da vida”, declara Flávia Motta, coach do Instituto Viver o Bem-Estar, em Vila Velha (ES).

“Não adianta estar com o corpo sarado e carregar um tremendo problema no relacionamento afetivo ou amargar um baita descontentamento com a carreira. É importante cuidar de todos os papéis que ocupa na vida, com amor e carinho, e buscar diferentes tipos de satisfação”, diz.

Para a coach Claudia Deris, o melhor a fazer é aceitar o corpo que se tem no momento. “Já parou para pensar que, quanto mais você rejeita seu corpo, pior se sente?”, questiona.