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Tem como discordar sem perder amigos, e a gente explica como

Tão ruim quanto brigar, é fingir que não ouviu um argumento contrário ao que você pensa - Getty Images
Tão ruim quanto brigar, é fingir que não ouviu um argumento contrário ao que você pensa Imagem: Getty Images

Letícia Rós e Veridiana Mercatelli

Colaboração para o UOL

06/02/2018 04h00

De um lado, sobram temas controversos para serem debatidos, do outro, tem muita gente apaixonada pelo próprio ponto de vista. No mundo de hoje, discordar sem brigar é uma arte. Abaixo, a gente lista estratégias para você defender suas ideias sem perder amigos.

Troca de ideias

É só lembrar que as pessoas têm histórias de vida diferentes para entender por que existem tantas opiniões diversas sobre um mesmo assunto. Discordar pode ser produtivo e servir para encontrar uma solução razoável para todos os envolvidos.

O que fazer: em vez de rebater a ideia do colega com um “isso é besteira”, ofereça uma sugestão, dizendo: “E se fizéssemos dessa forma? Creio que seria mais fácil e proveitoso para todos”.

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Sem pressa, por favor

Já reparou que, em uma roda de conversa, quase sempre tem alguém sem paciência para deixar quem fala concluir seu pensamento? Vai logo interrompendo para expor a própria ideia. Tem como evitar esse comportamento. O primeiro passo é manter a calma. Depois, observe a pessoa e estabeleça uma conexão com ela. Escute com atenção o que ela diz e só depois exponha a sua opinião.

O que fazer: se não entendeu direito a opinião contrária à sua, não custa perguntar: “Pode me explicar um pouco mais o seu ponto de vista? O que leva você a pensar dessa forma?”.

Nada de audição seletiva

Na tentativa de desviar o rumo da conversa que está se tornando nervosa, algumas pessoas simplesmente não respondem ao argumento contrário, como se ignorassem o que o interlocutor está dizendo. A intenção pode ser boa, mas o resultado, nem tanto. Calar-se em um momento que exige se colocar pode tornar tudo mais tenso.

O que fazer: se perceber que a conversa está esquentando e pode tomar um rumo indesejável, você pode optar por não contra-argumentar no ato, mas esperar um momento mais adequado para se posicionar. Diga: “Depois, a gente conversa melhor, pode ser?”.

Fingir que concorda? Jamais

Dizer amém às palavras da outra pessoa, só para agradar e evitar aborrecimentos, é uma prática entre os que querem ser aprovados por todos. Porém, a estratégia não é saudável por dois motivos: toda a vez que falta a verdade, a situação fica ainda mais confusa. E, ao se anular, a frustração tende a ser inevitável.

O que fazer: para expor o que acredita, numa boa, você pode usar expressões do tipo: “Do meu ponto de vista, isso acontece porque...” ou “você me permite dizer o que penso?”.

Escutar é preciso

O aviso serve não apenas para quando conversamos sobre política, futebol, descriminalização do aborto ou casamento entre pessoas do mesmo sexo. Saber escutar o que o outro tem a dizer é o melhor caminho para qualquer relacionamento. É condicionar a mente para eliminar crenças e preconceitos e entender a razão da crença de cada um.

O que fazer: não precisa abrir mão das suas convicções. Apenas baixe um pouco a guarda e se esforce para se colocar no lugar do outro.

Quando não vale a pena discutir

* Se os ânimos estão exaltados. Espere outra ocasião para dizer o que pensa.
* Quando o que você diz para alguém está “entrando por um ouvido e saindo pelo outro”.
* Quando a resposta das perguntas a seguir forem “não”: O que eu vou falar vai fazer eu me sentir melhor? O que tenho a dizer é realmente relevante para todos?

Fontes: Cecília Lima, especialista em oratória e comunicação, e Van Marchetti, especialista em oratória e técnicas de apresentação.