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Muçulmana é expulsa de tribunal na Itália por usar véu

A advogada foi impedida de realizar seu trabalho com o hijab pelo juiz do caso - Getty Images
A advogada foi impedida de realizar seu trabalho com o hijab pelo juiz do caso Imagem: Getty Images

da ANSA, em Bolonha

18/01/2018 11h21

Uma advogada marroquina foi expulsa nesta quarta-feira (17) de um tribunal em Bolonha, no norte da Itália, por usar o hijab, véu islâmico que cobre os cabelos e o pescoço.

O episódio aconteceu no Tribunal Administrativo Regional (TAR) da capital da Emília-Romana, quando o juiz Giancarlo Mozzarelli pediu para Asmae Belkafir, 25 anos, retirar a indumentária ou deixar a corte. A advogada se negou a ficar sem o véu e acabou saindo da sala.

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Na entrada do tribunal, há um cartaz alertando que as pessoas presentes em julgamentos devem estar com "rosto descoberto e em silêncio". Belkafir trabalha no escritório de direito da Universidade de Modena e Reggio Emilia, onde conseguiu seu diploma. Alguns conhecidos dizem que ela já participou de inúmeras sessões em cortes italianas, sempre usando o hijab, que deixa o rosto à mostra.

Além da polêmica entre partidos políticos, que estão em plena campanha eleitoral, a postura do TAR de Bolonha gerou reação do Conselho de Estado, órgão máximo da justiça administrativa na Itália e cujo presidente, Alessandro Pajno, pediu esclarecimentos sobre o caso.

O juiz envolvido no episódio se negou a falar com a imprensa. No entanto, seu superior, Giuseppe Di Nunzio, presidente do TAR de Bolonha, autorizou Belkafir a voltar ao tribunal usando o hijab.

Em diversos países da Europa, há restrições contra a burca, que cobre todo o corpo, e o niqab, que mostra apenas os olhos, mas não existem regras que impedem o hijab, já que ele não esconde o rosto da mulher.