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Racismo contra Meghan Markle gera crise política no Reino Unido

Meghan Markle - Getty Images
Meghan Markle Imagem: Getty Images

do UOL, em São Paulo

15/01/2018 11h27

Filha de mãe negra e pai branco, Meghan Markle, foi alvo de comentários xenofóbicos e racistas no meio político britânico.

A noiva do príncipe Harry foi chamada por Jo Marney, namorada do líder do Partido de Independência do Reino Unido (Ukip), Henry Bolton, de "americana negra" que vai "contaminar a família real abrindo caminho para um rei negro" em uma série de mensagens de texto a uma amiga que foram publicadas pelo jornal "Daily Mail" neste domingo, 14.

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Os conteúdos publicados afirmam que Meghan tem um "cérebro pequeno", é "obcecada por raça", seria uma "vadia [que acredita] em igualdade de gênero", uma "atriz burra e desconhecida".

"Não querer que outras raças invadam a nossa cultura não significa que eu odeio a raça deles. Significa apenas que não quero outras culturas invadindo a minha. Não gosto dela, é uma negra americana que está tentando subir [na vida] aos poucos".

"Daqui a pouco teremos um primeiro-ministro muçulmano e um rei negro", conclui.

Jo Marney é modelo e também membro do partido liderado por Bolton — de onde foi suspensa. O líder teria terminado o relacionamento com ela assim que soube dos comentários, segundo o jornal.

Crise política

Paul Oakden, presidente nacional do Ukip, afirmou em comunicado à imprensa: "Depois que as mensagens foram trazidas a mim, tomei a decisão de suspender sua filiação ao partido imediatamente até que a investigação seja concluída. O Ukip não aceita e nunca aceitará racismo". 

Henry Bolton é o quinto líder do Ukip no governo em 18 meses. Ele anunciou que não renunciará ao seu cargo porque acredita que uma nova liderança imobilizaria o partido.

"Peço desculpas sem reservas pela linguagem chocante que usei. As opiniões que eu expressei foram deliberadamente exageradas para provar um argumento e, em certa medida, foram retiradas do contexto. No entanto, reconheço plenamente a ofensa que causaram.

"Não queria ofender ninguém e, novamente, eu peço desculpas sem reservas pelo sofrimento que minhas mensagens podem ter causado à opinião pública, membros do partido, meus amigos, família e entes queridos.

Eu desapontei a eles e a mim mesma. Não posso expressar suficientemente o meu arrependimento e tristeza por ter feito isso", afirmou Jo Marney em comunicado ao jornal.