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Dicionário americano elege "feminismo" como a palavra do ano. Entenda:

Milhares se reúnem para a Marcha das Mulheres, em protesto contra Donald Trump, em Washington - AFP PHOTO / Andrew CABALLERO-REYNOLDS
Milhares se reúnem para a Marcha das Mulheres, em protesto contra Donald Trump, em Washington
Imagem: AFP PHOTO / Andrew CABALLERO-REYNOLDS

Do UOL

12/12/2017 15h54

O dicionário Merriam-Webster, líder do mercado nos EUA, escolheu “feminismo”, como a palavra de 2017. De acordo com a publicação, o verbete foi o mais procurado pelos internautas em sua base de dados digital este ano. 

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A Enciclopédia Britannica, que edita o Merriam-Webster, aponta como causa do crescimento do interesse do público a Marcha das Mulheres, que aconteceu em janeiro, além de outras manifestações femininas do ano no mundo inteiro.

O lançamento de grandes produções empoderadoras na cultura pop, como a série "The Handmaid's Tale" e o filme "Mulher Maravilha", também teria contribuído para o destaque do feminismo em 2017.

Além disso, as denúncias de assédio em Hollywood e o movimento #MeToo, que deu voz a sobreviventes — em sua maioria, mulheres — de abuso sexual no mundo inteiro, também reforçaram a importância de se discutir os direitos da mulher.

A revista americana "Time", uma das principais publicações da grande imprensa mundial, lançou este ano dois grandes projetos de cunho feminista: a plataforma multimídia "Firsts", que transformou em capas 12 mulheres pioneiras em suas áreas (46 grandes nomes femininos foram eleitos e fotografados, no total, pela brasileira Luisa Dörr); além da eleição "Personalidade do Ano" que teve como vencedoras as vítimas de assédio — em uma capa que trouxe algumas famosas sobreviventes da agressão com um espaço de destaque para as anônimas ao redor do globo.

O feminismo na internet

O interesse do brasileiro pelo feminismo também cresceu nos últimos anos segundo o dossiê publicado pelo Google BrandLabo braço de pesquisa da empresa, em outubro. As buscas pelo feminismo, especificamente, cresceram 200% nos últimos dois anos — o que colocou o tema no mesmo nível de interesse do racismo dentro da pauta de diversidade no país. As pessoas querem se informar sobre o que ele significa, afirma o Google. "Empoderamento feminino", um termo análogo, é quatro vezes mais buscado em 2017 do que em 2012.

No embalo, a procura de informação sobre "machismo" cresceu 163% em dois anos, enquanto o feminismo negro é 65% mais procurado hoje do que em 2016. 

O interesse pelo poder feminino nos últimos anos

O Merriam-Webster lança, todos os anos, uma lista das dez palavras que se destacaram no período. "Feminismo" entrou pela primeira vez em um dicionário de língua inglesa em 1841 — neste mesmo dicionário, incluso por seu fundador, Noah Webster, como "algo relativo às qualidades das mulheres".

O termo aparece na lista do título desde 2015, mas experimentou um crescimento de 70% nas buscas em relação a 2016 e conquistou o primeiro lugar.

Na definição do dicionário, o verbete significa "teoria da igualdade política, econômica e social entre os sexos”, além de "atividade organizada para o benefício dos interesses e direitos das mulheres".

Curiosamente, o termo que ficou em segundo lugar foi "cúmplice", definido como "aquele que ajuda a cometer um crime o fazer o mal de alguma maneira".