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7 passos para evitar que a chegada de um filho afaste o casal

A chegada dos filhos não precisa significar o fim da relação a dois - iStock
A chegada dos filhos não precisa significar o fim da relação a dois Imagem: iStock

Heloísa Noronha

Colaboração para o UOL

06/12/2017 04h00

Até algum tempo atrás, muita gente ainda acreditava na ideia romântica de que um filho vem ao mundo para unir ainda mais o casal. A verdade é que a chegada de um bebê, especialmente na vida de pais de primeira viagem, tem um impacto muito maior do que as pessoas costumam supor. E, se não estiverem bem preparadas para lidar com as mudanças, o relacionamento pode sofrer fissuras profundas e até mesmo acabar. Mais do que pensar em opções de nomes e na decoração do quartinho, é necessário refletir sobre várias questões importantes antes mesmo da concepção. Veja algumas dicas:

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1. Reflitam juntos: o desejo de ter um bebê é mesmo de ambos?

Não é raro que apenas um dos dois queira ter um filho e o outro acabe sucumbindo apenas para satisfazer a vontade do par ou como forma de colocar um ponto final na pressão. Caso alguém se sinta reticente, é bom que o casal converse sobre as razões por trás dessas dúvidas e o quanto ter ou não um filho é importante para cada parte. Se alguém cede por obrigação, mais cedo ou mais tarde é possível que queira acertar a conta.

2. Planejem o impacto na mudança da rotina

Além de se organizarem para a chegada do bebê, em relação à adaptação da casa e sobre questões como licença-maternidade e férias, é preciso também já prever com antecedência como será depois que a mãe retornar ao trabalho ou às atividades rotineiras e montar uma rede de apoio para ajudar nos primeiros meses. Vale lembrar que alguns casais, especialmente os mais jovens, acreditam que um bebê não interfira tanto assim na rotina a qual estão habituados. Acham que vão continuar a receber os amigos em casa aos sábados à noite, viajar para praias desertas nos feriados e a lidar com os horários praticamente da mesma maneira que antes. Ledo engano. É bom ter maturidade emocional e uma visão realista da maternidade e da paternidade para lidar bem com as transformações, pois se algum dos dois espera retomar a vida “normal” de antes provavelmente vai se decepcionar e se ressentir. Tenham em mente que a fase caótica típica dos recém-nascidos passa, sim. Mas nada será como antes.

3. Façam os combinados sobre a criação do filho ANTES da gravidez

Além das opções de nomes para o(a) pimpolho(a), se o casal quer se ver livre de desavenças precisa conversar sobre alguns assuntos importantes em relação à criança antes mesmo de pensarem em gerá-la. Exemplos? Modo de educação, conceitos ou ideais que receberam das famílias de origem e querem (ou não) passar adiante, crenças e práticas religiosas, etc. Deixar isso para depois pode acabar gerando conflito e afastar o casal.

4. E também ajustem a divisão de tarefas com antecedência

Mesmo que a divisão já seja satisfatória para ambos, é bom pensarem que no período pós-parto a mulher vai enfrentar mudanças hormonais, cansaço pelas noites mal dormidas amamentando, carga mental redobrada por causa do exercício de um novo papel na vida e, em especial nos casos de cesárea, a recuperação pós-parto. Um recém-nascido exige muita atenção e muitos cuidados e os parceiros, mais do que simplesmente ajudarem, precisam estar a postos – e terem muita sensibilidade - para atender as necessidades da mãe.

5. Aproveitar enquanto o bebê dorme para namorarem?

Nem sempre, viu. Há quem até consiga desmistificar essa lenda urbana, mas o fato é que, para a maioria dos casais normais, a vida sexual demora um pouco para engrenar, mesmo depois da quarentena. Medo de sentir dor, fadiga e falta de disposição podem afetar a libido por mais algum tempo. Então, quando o bebê dormir, quem puder e quiser deve aproveitar para descansar também. Porém, nada os impede de inventar momentos íntimos “alternativos”: ver um filme de mãos dadas na sala, tomar um banho juntos, ficarem abraçados, fazerem sexo oral quando estiverem a fim, etc. O contato físico entre um casal é fundamental; mesmo com a dificuldade ou impossibilidade de sexo em uma fase, é importante não deixar a relação a dois totalmente descuidada.

6. Papais, não banquem os crianções!

Nada de se sentirem deixados de lado ou negligenciados porque a parceira “só liga para o bebê”. Ao contrário de vocês, a criança é totalmente dependente e precisa, sim, da sua amada para tudo – e de vocês, homens, também. Sejam companheiros e, em vez de fazerem birra, arregacem as mangas. Dividir as tarefas não sobrecarrega a mãe e aproxima pai e filho – aliás, fortalece o vínculo entre os três!

7. Mamães, Mulher Maravilha só existe no cinema!

Não é hora de querer abraçar tudo para si e provar que pode dar conta de tudo sozinha. Com exceção de amamentar, que é uma tarefa deliciosa, necessária e exclusivamente feminina, quanto mais apoio e ajuda você obtiver – da sua mãe, da sogra, da tia, da vizinha, do amigo, do avô… - mais poderá desfrutar com calma e serenidade esse momento. Acredite: na longa jornada que cabe às mães, essa não será a primeira nem a última vez que você vai ter que contar com os outros. Deixe de lado a autocobrança e livre-se de obrigações de voltar logo ao corpo pré-parto, organizar a casa, fazer mil coisas ao mesmo tempo. Você já está fazendo o seu melhor e isso é mais do que suficiente. Querer ser perfeita custe o que custar abala o relacionamento e a harmonia da casa. Relaxe.

FONTES: Deborah Moss, neuropsicóloga especialista em comportamento infantil e mestre em Psicologia do Desenvolvimento pela USP (Universidade de São Paulo), e Rejane Sbrissa, psicóloga clínica, de São Paulo (SP)