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Quer entender icterícia dos bebês de Beyoncé? Pode dar até em adultos

Os gêmeos da cantora Beyoncé teriam nascido há uma semana - Reprodução/Instagram
Os gêmeos da cantora Beyoncé teriam nascido há uma semana Imagem: Reprodução/Instagram

Adriana Nogueira

Do UOL

21/06/2017 13h19

Segundo o site “TMZ”, os gêmeos de Beyoncé nasceram há uma semana, mas seguem na maternidade por estarem com icterícia, que não é uma doença e, sim, sinal de que o fígado das crianças não está conseguindo processar um composto de coloração alaranjada chamado bilirrubina, produzido no sangue. A questão é bastante comum em recém-nascidos.

“Bebês produzem mais icterícia do que adultos e como nascem com o fígado imaturo é grande a chance de terem icterícia, 70% dos recém-nascidos manifestam o problema”, afirma a neonatologista Mônica Carceles, da maternidade Pro Matre Paulista, em São Paulo.

Fígado imaturo

Segundo a médica, a forma mais comum é a icterícia fisiológica, que aparece no segundo dia de vida da criança. Quando acontece antes, o problema costuma ser mais intenso e estar relacionado a outros fatores.

“Se o bebê for prematuro, seu fígado será ainda mais imaturo, o que pode levar a icterícia a aparecer antes do segundo dia de vida. Também pode ocorrer em função de incompatibilidade sanguínea ABO, quando a mulher tem sangue tipo O e o filho, A ou B”, declara Mônica.

Tratamento

A especialista afirma que a maioria dos bebês não precisa de nenhum tipo de tratamento. Normalmente, a partir do quarto dia de vida, com o melhor funcionamento do fígado, a taxa de bilirrubina no sangue começa a cair.

Quando os índices do composto estão muito elevados, será preciso que o recém-nascido se submeta à fototerapia (banho de luz com equipamentos com lâmpadas LED ou fluorescente).

“A fototerapia tem de ser feita no hospital, para que o dispositivo tenha a regulagem exata de potência. A criança normalmente faz o banho de luz apenas de fraldas, com uma proteção nos olhos, para o conforto dela”, explica Mônica.

Atinge adultos

De acordo com a neonatologista, a icterícia não é um problema apenas de bebês e pode acontecer na vida adulta. “Se a pessoa tiver hepatite [inflamação do fígado], ela pode ter icterícia, pois o órgão não conseguirá processar devidamente a bilirrubina. Ela também pode ter o problema se tiver deficiência da enzima G6PD, que fica nos glóbulos vermelhos.”

Mônica diz que, no caso de adultos com icterícia, não há o que fazer, apenas sentar e esperar que os níveis do composto se normalizem. “Além da coloração amarelada da pele, não haverá outras consequências. Já o bebê precisa de intervenção porque o composto pode impregnar em determinadas áreas do cérebro e provocar danos neurológicos.”