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Seios caídos, leite fraco e outros 5 mitos que cercam a amamentação

Getty Images
Imagem: Getty Images

Heloísa Noronha

Colaboração para o UOL

12/06/2017 04h00

Tem gente que adora dar pitacos na maternidade alheia -- se a mãe for de primeira viagem, então, pior ainda! E, além de não solicitados, alguns palpites e conselhos são furados, antiquados e só confundem ainda mais a cabeça da mulher que precisa de paz e sossego para cuidar de um recém-nascido. A amamentação é mesmo um tema ainda rodeado por mitos -- explicamos se os mais comuns conferem ou não.

1. Algumas mulheres têm leite fraco

Isso não existe: o que pode haver é erro na forma de amamentar e variações anatômicas, como mamilo invertido. Cirurgias plásticas podem dificultar a mamada, mas não é impossível amamentar mesmo nessas situações. Às vezes, as mães consideram seu leite fraco porque o comparam com o leite de vaca, mais denso e consistente. E quando a criança toma mamadeira parece que dorme mais e demora para ter fome, mas isso ocorre porque a digestão é mais lenta. O leite da mãe é o ideal e o único com anticorpos que protegem a saúde do bebê.

2. Não deixe o bebê dormir no peito, senão ele acostuma

Um recém-nascido precisa se sentir protegido e acalentado, então dormir amamentando não é ruim. Além disso, muitos soltam o seio depois que adormecem. Já crianças maiores, com mais de 1 ano, devem ser desacostumadas, principalmente porque precisam escovar os dentes para evitar cáries.

3. Quem faz cesárea sofre mais para amamentar

Independentemente do tipo de parto, todas as mulheres conseguem amamentar sem sofrer. Algumas posições são mais confortáveis, como a mamada invertida: o corpo do bebê fica na lateral do corpo e embaixo do braço da mãe, que deve estar apoiado em um travesseiro ou almofada. O corpo do bebê precisa estar alinhado, a cabeça e coluna em linha reta, no mesmo eixo, e a boca de frente ao bico do peito para que ele posso abocanhar, ou seja, colocar a maior parte da aréola (área escura e arredondada do peito) dentro da boca. Essa é uma posição boa se você submeteu à cesárea, pois não comprime a barriga dolorida.

4. O bebê deve mamar a cada duas horas para ganhar peso

O ideal é que a criança mame em livre demanda, principalmente quando é recém-nascida. Não se deve estabelecer intervalos: o bebê pode querer mamar de duas em duas horas, de três em três, ou até variar. O mais importante é deixá-lo esvaziar bem o primeiro peito, ou seja, deixar mamar até se soltar para que consiga retirar o leite do final da mamada, rico em gordura. Se necessário, ofereça o outro. Assim, ele vai ganhar peso e crescer.

5. Amamentar deixa os seios caídos

Não mesmo. As mamas podem crescer na gestação e nos primeiros dias após o nascimento do bebê, quando o leite desce. Com o passar do tempo, vão diminuir, e com a interrupção da amamentação voltarão ao tamanho original. Isso não tem nada a ver com flacidez. Toda mulher terá flacidez nos seios, se amamentar ou não, pois a elasticidade da pele diminui com o passar dos anos.

6. Quando a mulher volta a trabalhar, o leite seca

Com alguns cuidados, não seca. Amamente com frequência quando estiver em casa, inclusive à noite, quando a produção de leite é mais estimulada. Quando voltar ao trabalho, a mulher deverá esvaziar as mamas durante o expediente e armazenar o leite em local adequado. Ele pode ser retirado manualmente ou com uma bombinha, armazenado em pote de vidro com tampa plástica esterilizado, em geladeira por 12 horas ou no congelador por 15 dias. Depois, é só aquecê-lo em banho-maria com fogo desligado antes de dar para o bebê.

7. Canjica e cerveja preta aumentam a produção de leite

Não há comprovação científica de que esses alimentos tenham esse poder. Para aumentar a produção de leite, você deve amamentar o bebê sempre que ele quiser (livre demanda), inclusive à noite, beber três litros de água por dia e descansar quando o pequeno dormir.

 

Fontes: Nelson Douglas Ejzenbaum, pediatra, neonatologista e membro da SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria) e Patricia Scalon, consultora e enfermeira do GAAM (Grupo de Apoio de Aleitamento Materno) da Maternidade São Luiz Itaim, de São Paulo (SP)


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