Brasileira mostra as diferenças na hora de ir à manicure no Japão
Cortar, lixar, tirar as cutículas, passar o esmalte e limpar. O processo de fazer unhas é o mesmo em qualquer lugar do mundo, certo? Um vídeo curioso postado por Elizângela Mendes em sua página no Facebook "Elisa no Japão" (com quase 120 mil seguidores) mostra que não é bem assim. Publicadas há nove meses e com mais de 4 milhões de visualizações, além dos 23 mil comentários, as imagens mostram como foi a primeira ida dela a uma manicure japonesa.
Por 4700 ienes (algo em torno de R$ 133), a profissional apenas raspa a cutícula, depois passa uma espécie de base bem grossa, que dá volume a unha e, por fim, pinta e até faz um desenho. No meio do processo, a própria Elisa reclama que as cutículas estão do mesmo jeito de quando chegou ao salão.
Em entrevista ao UOL, ela explica que, apesar de ter ficado bastante surpresa com a repercussão do vídeo, o que mais chamou sua atenção foram os comentários. Neles, várias mulheres dizem que iriam até o Japão para ganhar muito dinheiro trabalhando como manicure. "Brinco que elas passariam fome, pois aqui o negócio é diferente", explica.
Nada de alicate
De acordo com a Youtuber, a pessoa que quiser trabalhar como manicure em algum salão no país precisa estudar bastante até conseguir uma licença de trabalho. "Tudo porque, caso arranquem 'um bife' mais profundo, ou a pessoa precise ir até o hospital tratar algum sangramento, o cliente pode até pedir indenização para o estabelecimento", conta.
Justamente por isso, é raro encontrar alguma manicure que tire as cutículas trabalhando em salões. E, caso venha a cruzar com alguma que faça o serviço, a cliente vai precisar assinar um termo de responsabilidade antes. "Tudo porque as mãos das japonesas são como as de uma criança, com cutículas finas e quase invisíveis. Precisa desse cuidado", explica.
Se fazer a cutícula não é o forte das manicures do país, elas acabam tornando-se especialistas na decoração das unhas, seja desenhando, colocando pedrarias ou até a versão em gel. O custo não é fechado, mas cobrado pelo valor de cada serviço. "Antes de fazer qualquer coisa, elas sempre perguntam: 'para colocar esse esmalte vai custar tanto, tudo bem?' Isso é ótimo", diz.
Tem que voltar
E para tirar aquela camada grossa de esmalte? Passar acetona resolve? Segundo Elisa, até serve, mas estraga um pouco a unha. O recomendado é voltar ao salão para retirar o esmalte. Para isso, a cliente paga uma nova taxa, de cerca de 2 mil ienes (R$ 56). "É bem curioso e diferente, mas é cultura e ninguém reclama muito do preço", diz.
Assim como no Brasil, para ser atendida no salão é preciso marcar um horário antes. Mas é melhor ir com a agenda livre, pois o serviço de fazer a unha dura cerca de duas a três horas. A má notícia é que, se você não curtiu muito o método japonês, vai ter um problema. Isso porque, segundo Elisa, a venda de alicate de unha nas lojas japonesas é mais rara. "O que eles costumam oferecer é uma espécie de espátula que ajuda a tirar a cutícula, mas não tem o mesmo efeito", explica.
De acordo com Camile Nishida, que trabalha de intérprete no Japão, a manicure também pode atender em casa, tirando ou não a cutícula da cliente, sem grandes problemas. "Mas, a partir do momento em que quiser oferecer seus serviços em um salão de beleza, precisará dar satisfação para a vigilância sanitária e ainda ter um alvará, que só consegue na escola de manicure. Dependendo, o curso pode durar de um a dois anos", explica.
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