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Meu Professor Racista: campanha denuncia preconceito em salas de aula

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Imagem: Reprodução

Lucas Menegale

Do UOL

05/04/2017 17h24

Nesta semana, a hashtag #MeuProfessorRacista viralizou no Facebook e no Twitter. Muitos internautas utilizaram o recurso para denunciar casos de racismo nas salas de aula.

O movimento surgiu com o coletivo Ocupação Negra, da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH), da USP. O grupo, formado por alunos negros da instituição, criou a hashtag depois de um debate em sala de aula. Uma professora da universidade teria usado "tom de chacota" ao discutir temas raciais nas obras do escritor Monteiro Lobato. Ela teria exigido que o grupo fosse retirado do local por seguranças do campus.

"Esse tipo de postura mostra o quanto temos professores que necessitam urgentemente de formação acadêmica em conformidade com a lei sobre o ensino da História e Cultura Afro-Brasileira, já que são responsáveis pela formação acadêmica de futuros professores", disse o grupo em carta aberta publicada nas redes sociais.

O post se refere à lei federal nº 10.639/03, que tornou o conteúdo obrigatório na grade curricular dos ensinos fundamental e médio, a partir de 2003.

Em manifesto, a Ocupação Negra também critica a inércia da USP nos episódios de discriminação racial. "Nossas ações partem do pressuposto de que o debate deve ser feito em todo espaço –tal se dá a vivência de racismo–, diante do que a universidade não pode se isentar, como vem fazendo".

Após contato do UOL, a Faculdade emitiu uma nota dizendo que só tomou conhecimento do assunto pela imprensa e que não foi procurada pelos envolvidos: "A direção está levantando mais detalhes sobre o ocorrido e se pronunciará tão logo tenha conseguido recolher os dados necessários e os tenha discutido em suas instâncias colegiadas, o que acontecerá até o fim desta semana."

 

Veja a seguir alguns casos de racismo denunciados com com a hashtag #MeuProfessorRacista: