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Topless em praia argentina vira caso de Justiça e gera protestos no país

Do UOL

06/02/2017 14h51

O topless causou a expulsão de três mulheres e virou um caso de polícia na Argentina. O grupo de 20 policiais e seis patrulhas na praia de Necochea que proibiu a exibição dos seios no final de semana retrasado gerou protestos e discussões acaloradas no país.

Como mostra um vídeo da ação, os agentes chegaram a ameaçar as três mulheres com prisão por desacato à ordem na praia a 500 km ao sul de Buenos Aires. A abordagem dividiu o público da praia, sendo que parte dos banhistas criticou a ação, mas outra parte apoiou os agentes de polícia e hostilizaram as mulheres que estavam com os seios à mostra.

Juiz rejeita o caso

O juiz Mario Juliano, do tribunal Criminal 1 de Necochea, resolveu arquivar o caso denunciado por um homem por "carecer de relevância contravencional" e pediu "prudência" à Polícia.

Em texto escrito em primeira pessoa, o juiz ressaltou a importância de que essas polêmicas contribuam para o avanço das liberdades sociais.

"A defesa irrestrita das liberdades me leva a me posicionar em favor das mulheres que decidiram expor seus peitos, do mesmo modo que apoio as manifestações ("tetazos") que acontecerão nos próximos dias em defesa dos direitos", escreveu.

Juliano explicou ter arquivado o caso, porque a norma que poderia sancionar esse tipo de incidente se refere a atos obscenos que afetem a moral pública.

Apoio popular

Segundo uma enquete do jornal local “Clarín” em sua conta no Facebook, 15% dos participantes discordam da prática de topless em qualquer circunstância, enquanto 53% aceita desde que em lugares “habilitados e exclusivos”. Somente 31% apoiou a exposição dos seios sem qualquer restrição.

Mais protestos

Durante este fim de semana, mais “tetazos” ocorreram em Buenos Aires e em Rosario e a promessa é de mais manifestações contra uma lei local que considera o topless um ato de “indecência pública”. Para esta terça-feira, estão sendo convocados atos na praia em que aconteceu da ocorrência e um outro de apoio em diferentes cidades do país.

(com Ansa e AFP)