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3 evangélicos abrem o jogo sobre o que fazem entre quatro paredes

Mesmo conectados com a religiosidade, evangélicos têm suas táticas para intensificar o desejo e o prazer - Getty Images
Mesmo conectados com a religiosidade, evangélicos têm suas táticas para intensificar o desejo e o prazer Imagem: Getty Images

Do UOL

13/10/2016 07h25

Ser evangélico e seguir os valores estabelecidos pela igreja significa, necessariamente, reprimir desejos sexuais e desvalorizar a intimidade no casamento, certo? Errado.

A seguir, você conhece as histórias de evangélicos que lançam mão de práticas, jogos e brinquedos eróticos para intensificar o desejo e o prazer.

Camila Lopes, 28, jornalista

“Sou evangélica e estou casada há cinco anos. Temos muito desejo um pelo outro. Na verdade, sinto como se ainda estivesséssemos em lua de mel e, geralmente, transamos todos os dias. Gosto de investir em lingeries sensuais, óleos para massagem e outros brinquedinhos de sex shop. Visito regularmente esses locais em busca de novidades para apimentar a relação. Mesmo quando fico muito tempo sem ir, meu marido vai e traz alguma surpresa, que tenha a ver com as práticas que a gente mais gosta. Também adoramos jogos eróticos. Embora o sexo não seja o ponto principal da nossa relação, não dá para ficar sem. A Bíblia não diz nada sobre o que podemos ou não fazer na cama. E eu também acho que Deus não tem o menor interesse nas nossas decisões sexuais. A palavra de Deus orienta decisões muito mais importantes, e a essas fico bem atenta. A meu ver, a única coisa diferente que fiz foi me casar virgem, não para cumprir uma regra determinada pela religião, mas por acreditar que o casamento é um princípio de aliança e que não é necessário pular etapas. Sabia que ia ter o resto da vida para fazer o que quisesse com o meu marido. Agora estou tirando o máximo proveito disso.”

Paulo*, 35, analista de projetos

“Estou casado há nove anos e é claro que temos de buscar alternativas para sair da mesmice no sexo. A relação estável permite descobrir o que o outro mais gosta, porém traz o risco de o sexo cair na rotina. Eu e minha mulher testamos posições diferentes. Costumamos usar cremes e géis para massagem e até fantasias, tudo para aumentar o prazer. Acho que as fantasias são saudáveis para o casamento. A única coisa que a minha igreja não permite é o sexo anal, mas, como nós não nos casamos virgens, tínhamos experimentado-o com outros parceiros e hoje não achamos que seja algo essencial. Temos várias outras práticas, e o conjunto da obra nos deixa satisfeitos. Outra coisa que não fazemos é ir ao motel, pois não dá para saber o que aconteceu antes de você entrar naquele quarto. Não acho que perdemos nada por isso. Quando temos vontade de ir para um lugar diferente, escolhemos um hotel romântico. Antes de termos um bebê, costumávamos transar de três a quatro vezes por semana. Atualmente, precisamos esperar ele dormir, então, a frequência diminuiu um pouquinho. Posso dizer que não falta tesão nem prazer sexual no meu casamento.”

Amarildo Tavares, 32, produtor de eventos

“Namoro há três anos e, embora a minha igreja trabalhe com o propósito de manter a virgindade até o casamento, essa é uma regra que não consigo cumprir. Ou melhor, que não vejo muito sentido em cumprir. Creio que a partir do momento em que Deus abençoa uma união não há mais motivo para esperar para ter relações com a pessoa que você ama. Prefiro ter a minha intimidade com ela do que abrir brechas para possíveis traições. A traição, sim, fere os propósitos de Deus para a nossa vida. Além disso, acho importante nos conhecermos, irmos adquirindo maturidade e segurança no sexo. Temos relações com frequência e não há nenhum tabu entre nós, nenhuma prática é considerada proibida ou indesejada. Ao contrário, gostamos de experimentar. Acho que o sexo é um complemento do romance, faz parte da relação, porque já temos uma vida juntos. Se vamos à igreja em companhia um do outro, por que abriríamos mão de viver uma experiência tão importante como é o sexo também juntos? Não vejo lógica nenhuma nisso.” 

* O nome foi trocado a pedido do entrevistado