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Ácido retinoico e derivados continuam imbatíveis na luta contra o envelhecimento; veja como usar

Ácido retinoico é potente, porém seu uso pode sensibilizar a pele; por isso, quando utilizá-lo é fundamental não se expor ao sol - Getty Images/Thinkstock
Ácido retinoico é potente, porém seu uso pode sensibilizar a pele; por isso, quando utilizá-lo é fundamental não se expor ao sol Imagem: Getty Images/Thinkstock

Rosana Faria de Freitas

Do UOL, em São Paulo

14/08/2012 08h00

Embora muitos compostos tenham sido descobertos nos últimos anos para diminuir rugas e flacidez facial, a verdade é que os retinoides continuam imbatíveis como as mais poderosas armas nessa linha de combate. Sua família inclui o ácido retinoico e seus derivados, o retinol e o retinaldeído. “O ácido retinoico, também conhecido como Vitamina A ácida ou tretinoína, é um dos ativos que mais apresentam estudos comprovando eficácia no rejuvenescimento cutâneo”, ressalta Fernanda Sanchez (RJ), membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia, pós-graduada em dermatologia pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ). Também, não é para menos: o ácido retinoico, o retinol e o retinaldeído promovem renovação celular, estimulam a formação de colágeno, reorganizam as fibras elásticas danificadas pela exposição solar e melhoram a irrigação sanguínea da pele. Resultado: superfície mais lisa e firme, com menos linhas.

O ácido retinoico, por ser tão potente, é fotossensibilizante, deixando a epiderme fina e sensível e exigindo distância do sol. Já o retinaldeído, precursor direto do ácido retinoico (ou, seja, quando aplicado na face se converte nele), não provoca tanta irritação e costuma ser melhor tolerado. O retinol, por sua vez, também é um precursor, e precisa ser convertido em retinaldeído e depois em ácido retinoico pelas enzimas da pele.

Confuso? Bem, o que interessa, mesmo, é que essa turma de retinoides pode fazer muito por você ao retardar os sinais de envelhecimento. “Além das propriedades já citadas, eles regularizam a pigmentação, clareando manchas”, salienta Erika Voltan (SP), membro das Academias Brasileira e Americana de Dermatologia. E tudo isso, ela assegura, após três a seis meses de uso sistêmico, em geral à noite.


Efeitos colaterais
Para ficar muito mais jovem, a pele sofre um pouco: em geral há eritema, quer dizer, vermelhidão no local, seguida de ressecamento e descamação. Esta esfoliação, diga-se de passagem, é bem-vinda porque renova a superfície. “Algumas pessoas podem sentir queimação, coceira e dermatites, que deixam a região inflamada”, destaca Erika, observando que tais sintomas ocorrem mais no caso do ácido retinoico. Por isso, pessoas de pele sensível ou com tendência a ressecamento que queiram se valer do tratamento devem optar pelos precursores do ativo – ou seja, o retinol ou retinaldeído. “A exposição solar fica terminantemente proibida, pois, como já foi dito, há total intolerância aos raios ultravioleta.” O uso de filtro solar com fator de proteção alto (FPS 50 no mínimo) é obrigatório e, para quem não puder evitar o sol, é recomendável interromper o uso dos retinoides.

Uma boa dica para não piorar a sensibilização é evitar, no período, a utilização de itens como loções adstringentes ou tônicas – principalmente as que contenham álcool –, esfoliantes, sabonetes abrasivos e esponjas. “Vale, também, intercalar o emprego com hidratantes ou cremes com princípios tensores ou vitaminas, aplicando o cosmético com retinoides apenas duas ou três vezes por semana, por exemplo”, aconselha Érika. E não precisa deixar a noite inteira: caso a epiderme esteja reagindo muito, remova o produto após duas ou três horas. “Alguns pacientes apresentam efeitos colaterais somente no início; depois, a pele se acostuma. Por isso, o médico, em geral, inicia a terapia com doses baixas e vai aumentando gradativamente.”

Acompanhamento médico
Importante: o dermatologista deve prescrever e acompanhar o tratamento que incluir ácido retinoico, que é considerado um medicamento. O rigor é menor em relação ao retinol e retinaldeído, classificados como cosmecêuticos, porém a supervisão profissional também é indicada. Como dicas de uso, anote: devem ser usados à noite (exceção para alguns produtos de uso diurno); em uma camada bem fina, e convém evitar a área próxima aos olhos e o pescoço. “De manhã, tem que remover com água e sabonete líquido suave e, logo em seguida, aplicar filtro solar com FPS 50”, enfatiza Fernanda Sanchez. Se acontecer irritação na epiderme, uma boa forma de aliviar o desconforto é borrifar água termal.

Quem não pode aderir a esse tipo de produto: menores de 12 anos, pessoas que apresentam hipersensibilidade aos componentes, grávidas e mulheres em fase de amamentação. Pacientes com rosácea (doença de origem vascular caracterizada por vermelhidão, vasos finos avermelhados, edemas e pápulas) também devem evitar. “A depilação com cera na face só pode ser realizada após o creme ter sido suspenso por sete dias”, adverte Fernanda, observando que as peles oleosas são as que melhor suportam o tratamento.