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Teste seus conhecimentos sobre sexo anal

RENATA RODE <BR>Colaboração para o UOL

10/09/2010 16h56

Não adianta. Quando o assunto é sexo anal, surgem dúvidas e tabus. Que mulher nunca se sentiu acuada quando o parceiro pediu esse tipo de prazer? Calma, meninas, não é um bicho-de-sete-cabeças. E, realmente, se é um desejo do amado e uma nova experiência para os dois, vale tentar. “O homem é fissurado por praticar sexo anal porque, para ele, essa é uma conquista, uma espécie de dominação da mulher. Também existe a fantasia de que o sexo anal traz novas sensações de prazer, um local diferente, mais apertado. Enfim, sempre é a busca do poder, do prazer e do diferente”, explica Celso Marzano, urologista, sexólogo e autor do livro “O Prazer Secreto” (Editora Éden), que trata do assunto com naturalidade e muitas informações.

Dentre as curiosidades que levantamos para elaborar o teste, o médico ressalta uma das mais discutidas em consultório: o uso de lubrificantes com anestésico. “Os anestésicos existem, mas seu uso deve ser discutido. Ao passar este tipo de produto no ânus e após ser absorvido pela pele e mucosa, supõe-se que não vai existir dor na penetração. Certamente, a sensibilidade local vai diminuir muito, o que significa que também o prazer ficará diminuído. A pessoa penetrada pode até não sentir nada pela anestesia da pele e da mucosa anal. Sendo assim, estes dois aspectos devem ser avaliados quanto ao seu uso”, diz.

Alguns casais utilizam cremes hidratantes em vez de um lubrificante apropriado. Porém, o urologista avisa que o produto não surte efeito eficaz: após alguns instantes, o hidratante penetra na pele e não cumpre a função de amenizar o atrito. “Lubrificantes oleosos também devem evitados porque alteram a estrutura da camisinha, o que favorece seu rompimento”, complementa Marzano.

Outra questão muito polêmica é: sexo anal causa hemorroida? “Não! Isso é mito. Só se a pessoa já tiver o problema e se o sexo anal for praticado no período de inflamação agravará o quadro, além de causar muita dor”, afirma.

O especialista dá cinco dicas práticas para que o sexo anal fique mais gostoso:

O homem é fissurado por praticar sexo anal porque, para ele, essa é uma conquista, uma espécie de dominação da mulher

Celso Marzano, urologista, sexólogo e autor do livro "O Prazer Secreto"

1 Tocar suavemente a região anal tem o efeito de uma massagem, dilatando e relaxando o esfíncter externo do ânus. A prática do sexo oral no ânus, na mulher e no homem, pode ser realizada e ajudar no relaxamento e na excitação. Se não houver essa preparação para a penetração, em geral há dor no sexo anal.

2 O lubrificante deve ser colocado em um dedo que é introduzido no ânus. Isto pode ser feito várias vezes, pois a introdução do dedo, além de ser uma carícia, causa espasmos e relaxamentos nos músculos do ânus. Os movimentos de dilatação devem ser lentos, circulares e com muita delicadeza.

3 No caso de pênis de maiores dimensões ou consolos (pênis ou acessórios artificiais) os cuidados com a lubrificação, a posição sexual e a delicadeza da penetração e das investidas são essenciais. A fantasia de introduzir todo o pênis ou a de possuir todo o pênis deve ser avaliada nestes casos para membros maiores de 18 cm. Lembre-se de que o canal do reto tem profundidade média de 17 cm.

4 Ritmo: o coito em si deve ser lento e cuidadoso e nas primeiras vezes por pequeno período de tempo, até mesmo sem que ocorra o orgasmo de qualquer um dos parceiros. Não devem existir julgamentos, cobranças e fantasias de um desempenho sexual fantástico. Todos estes sentimentos negativos bloqueiam a resposta sexual dos parceiros. Muitos beijos, muitos carinhos e muita entrega facilitam o prazer.

5 Ao perceber a dificuldade de penetração, sugere-se a seguinte tática: um pequeno movimento para trás (retroceder vagarosamente) e uma leve mudança da direção do pênis pode fazer um encaixe mais adequado e a ultrapassagem desta válvula. Portanto, a penetração deve ser lenta, progressiva, não violenta e com atenção do parceiro penetrante. Uma vez vencida esta válvula, o procedimento com as outras acima deve ser o mesmo. Nunca a penetração deve ser violenta, principalmente aos iniciantes, pois os contatos intensos e rígidos do pênis com estas válvulas provocarão incômodos e dores, impossibilitando a continuidade do ato. Em certo momento, o parceiro penetrante percebe que o canal anal relaxa e recebe totalmente o pênis (dependendo do tamanho do mesmo).

Após alguns segundos, aquele que penetra inicia movimentos brandos e gentis e, em consenso com o parceiro, aumenta o ritmo e a força. A excitação é progressiva e ambos poderão chegar ao orgasmo tão esperado. Após o orgasmo, é importante valorizar este momento de entrega vivido a dois com demonstrações de carinho, fazendo com que a experiência leve ao prazer emocional e fortaleça vínculos afetivos.