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Parada do Orgulho LGBT desafia o conservadorismo nas ruas de Jerusalém

Amir Cohen/Reuters
Imagem: Amir Cohen/Reuters

Da EFE

06/06/2019 18h34

Mais dez mil pessoas foram às ruas de Jerusalém nesta quinta-feira para participar da Parada do Orgulho LGBT, desafiando o conservadorismo de uma cidade considerada sagrada para cristãos, judeus e muçulmanos.

Na opinião do rabino reformista Uri Ayalon, a mensagem que este desfile envia a Jerusalém não é apenas de orgulho, mas também de "tolerância", pela singularidade da população local, com diversas religiões e identidades.

"O judaísmo diz, como outras religiões, que fomos criados à imagem de Deus e à igualdade, e que cada um viva à sua maneira. Isso é muito importante. Quando (a parada) ocorre em Jerusalém, é mais forte ainda", declarou Ayalon.

O trajeto da manifestação, que começou no Parque do Sino da Liberdade, no oeste da cidade, e terminou no Parque da Independência, ficou fechado para o trânsito desde o início da tarde. Para acessar o local era necessário mostrar um bracelete entregue pela polícia no controle de segurança.

Durante o percurso, os manifestantes deixaram flores sobre o retrato da adolescente Shira Banki, que morreu esfaqueada por um judeu ultraortodoxo durante a celebração do evento em 2015.

Esse episódio resultou no aumento das medidas de segurança para o ato, que hoje foi monitorado por mais de 2.500 agentes.

Um porta-voz da polícia informou que 52 suspeitos foram detidos nos arredores da parada, um deles com uma faca.

"Na minha cidade (Bersheva, no sul de Israel) é mais fácil porque aqui há muitos religiosos, mas não podemos mostrar ao povo que temos medo. Quando você tem medo, eles veem e atacam. Temos que nos mostrar orgulhosos", disse a jovem Shahar Kindler, que se definiu como bissexual.

O recém-nomeado ministro da Justiça de Israel, Amir Ohana, do partido direitista Likud e gay declarado, marcou presença no início do evento, que no início do percurso se deparou com um protesto da organização religiosa judaica Hazón. As duas manifestações estavam separadas por cercas de segurança.

A Parada do Orgulho LGBT de Jerusalém, realizada desde 2002, homenageou nesta quinta-feira os 50 anos das manifestações de Stonewall, em Nova York, que marcaram o início das reivindicações LGBT nos Estados Unidos.

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