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Empresas de moda precisam reduzir impacto ambiental, diz estudo

Getty Images/iStockphoto
Imagem: Getty Images/iStockphoto

Robert Williams

Da Bloomberg

07/05/2019 16h57

As medidas da indústria de moda para reduzir seu impacto ambiental não estão sendo implementadas na velocidade necessária para contrabalançar o rápido crescimento do setor, segundo relatório da consultoria BCG e grupos de moda sustentáveis.

As grifes de moda melhoraram seu impacto ambiental e social em 2018, mas o avanço foi mais lento do que no ano anterior, de acordo com o relatório. O estudo mediu os esforços das marcas para criar e implementar várias metas, como reduzir as emissões de carbono e o uso da água, aumentar o uso de materiais sustentáveis e pagar salários mais justos.

A Euromonitor espera que o mercado global de vestuário e calçados cresça cerca de 5% ao ano até 2030. Isso significaria elevar a produção anual do setor de moda para mais de 100 milhões de toneladas e "exercer uma pressão sem precedentes sobre os recursos planetários", afirma o relatório.

"O setor realmente precisa acelerar o ritmo. As marcas têm feito melhorias em um ritmo mais lento e, ao mesmo tempo, estamos vendo um enorme aumento da produção", disse Morten Lehmann, diretor de sustentabilidade da Global Fashion Agenda, um dos grupos patrocinadores do relatório.

Empresas de moda em todo o espectro de preços, da gigante de fast-fashion Hennes & Mauritz até grifes de luxo como a Kering, controladora da Gucci, e LVMH anunciaram novas metas de sustentabilidade nos últimos anos. Os consumidores e agências reguladoras estão cada vez mais preocupados com os custos dessa indústria em rápida evolução, cujas emissões de carbono superam todo o volume emitido pelos voos internacionais e embarques marítimos, segundo estimativas.

Os protestos contra alguns dos excessos mais visíveis do setor - como grandes empresas que destroem estoques não vendidos para evitar vendas com altos descontos - levaram marcas como a Burberry a intensificar os esforços de reciclagem e reutilização de materiais. A Kering busca maneiras de tornar as matérias-primas, como o algodão e a caxemira, mais rastreáveis, de modo a impor padrões mais rigorosos aos seus fornecedores.

Mas a crescente demanda por moda - puxada por países em desenvolvimento e particularmente pela China - significa que essas mudanças raramente são suficientes para reduzir o impacto ambiental das marcas em termos absolutos.

Uma porta-voz da H&M disse que o relatório não reflete totalmente o progresso das empresas na implementação das metas existentes. A varejista sueca reduziu suas emissões totais de carbono em 11% desde 2017 e aumentou o uso de algodão reciclado, orgânico ou com certificação de comércio justo para 95%, disse.