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Mulheres têm salário menor e punição maior no setor de finanças que homens

Mulheres são 20% mais propensas a perder o emprego após um incidente de má conduta em relação aos homens - Getty Images
Mulheres são 20% mais propensas a perder o emprego após um incidente de má conduta em relação aos homens Imagem: Getty Images

Jill Ward

Da Bloomberg

15/08/2018 17h41

As mulheres enfrentam consequências mais severas por condutas inadequadas no setor de consultoria financeira do que seus colegas do sexo masculino, segundo uma pesquisa publicada no blog da equipe do Banco da Inglaterra.

As mulheres são 20 por cento mais propensas a perder o emprego - e 30 por cento menos propensas a encontrar um novo emprego - após um incidente de má conduta em comparação com os homens, disseram Mark Egan, Gregor Matvos e Amit Seru em uma publicação de blog na quarta-feira. A diferença é ainda maior em empresas com poucas mulheres na gerência.

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"O setor de consultoria financeira está disposto a dar uma segunda chance aos assessores do sexo masculino, mas as assessoras são expulsas do setor por erros semelhantes ou menos graves", disseram os pesquisadores. "Os efeitos da desigualdade de gênero em casos de punição são caros, duradouros e podem contribuir para o teto de vidro enfrentado pelas mulheres nas finanças."

Os acadêmicos monitoraram a carreira de 1,2 milhão de trabalhadores do setor de consultoria financeira dos EUA de 2005 a 2015 e concluíram que a disparidade persiste ao longo da carreira dos indivíduos. As transgressões incluem conflitos com clientes que foram resolvidos com acordos, disciplina interna da empresa e infrações regulamentares e criminais.

Os homens são duas vezes mais propensos a reincidir e a se envolver em incidentes de má conduta que são 20 por cento mais caros, disseram os pesquisadores, por isso a desigualdade de punição não pode ser explicada alegando que o comportamento das mulheres custou mais caro para as empresas. Em vez disso, a composição da diretoria e do patamar executivo das empresas parece desempenhar um papel.

Nas empresas sem diversidade de gênero no nível executivo ou de propriedade, as assessoras são 42 por cento mais propensas a deixar o emprego após um caso de má conduta do que seus colegas do sexo masculino. Empresas com uma representação mais igualitária aplicam medidas disciplinares mais equilibradas.

Homens de minorias étnicas enfrentam uma disparidade semelhante, disseram os pesquisadores, e ela também é mais restrita nas empresas com mais multiculturalismo em cargos executivos e gerenciais. Isso sugere que os desequilíbrios são motivados pelo "favoritismo pelo próprio grupo", disseram os pesquisadores.