Topo

Novo teste detecta síndrome de Down na gravidez com mais precisão

Resultado do teste indica com 99% de precisão se o bebê apresenta a síndrome  - Thinkstock
Resultado do teste indica com 99% de precisão se o bebê apresenta a síndrome Imagem: Thinkstock

10/06/2013 11h20

Uma equipe de cientistas britânicos desenvolveu um novo exame que promete detectar, mais cedo e com mais precisão, a síndrome de Down durante a gravidez.

A equipe da universidade Kings College de Londres, responsável pela pesquisa, analisou o sangue de mil grávidas e concluiu que o novo teste, chamado exame de DNA fetal (cfDNA, na sigla em inglês), pode mostrar "quase que com certeza" se o bebê é portador do distúrbio genético.

Atualmente, o teste mais comum é feito entre a 11ª e a 13ª semana de gravidez por meio de ultrassom. Nele, o médico mede a quantidade de um líquido, atrás do pescoço do bebê, chamado translucência nucal. Crianças com síndrome de Down tendem a apresentar uma maior quantidade dessa substância.

Além disso, hoje, as grávidas podem fazer um exame de sangue para checar se há níveis anormais de certas proteínas e hormônios em seus bebês.

A partir desses testes, são calculadas as chances de a criança ser portadora da síndrome. No entanto, se a chance for alta, a recomendação é que as grávidas passem por um dos dois testes para esses casos –ambos invasivos e arriscados.

Um deles é a biópsia do vilo corial, que analisa uma pequena amostra da placenta. O outro é a amniocentese, que testa o líquido aminiótico que envolve o bebê. A probabilidade de os dois exames provocarem aborto é de um em cem casos.

Os exames da gestação

  • Carla Borges e Orlando/UOL

Definitivo

O professor Kypros Nicolaides, que coordenou a pesquisa, afirmou que o novo exame de DNA é muito mais certeiro, já que seu resultado indica com 99% de precisão se o bebê apresenta a síndrome de Down.

"Esse teste é praticamente um diagnóstico. Ele mostra com quase certeza se o seu bebê tem ou não a síndrome", diz Nicolaides. "Da perspectiva da mulher, ele traz uma mensagem muito mais clara sobre o que fazer em seguida."

Segundo ele, hoje a prática médica recomenda envolver os pacientes nessas decisões. "Mas isso é apenas da boca para fora. Porque se o risco é de, por exemplo, um em 250, como é possível decidir? Quando os pacientes tiverem mais clareza, será mais fácil."

A equipe médica, que publicou a pesquisa sobre o teste na revista científica "Ultrasound in Obstetrics and Gynaecology", agora vai fazer um estudo com 20 mil mulheres para incrementar os resultados obtidos.

A Associação de Síndrome de Down no país disse que a realização do teste ainda não é algo iminente.