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Espanhola é presa por criar perfil falso no Twitter para se vingar do ex-namorado

Ex-namorada mentiu que estava sendo ameaçada - Creative Tools
Ex-namorada mentiu que estava sendo ameaçada Imagem: Creative Tools

Anelise Infante

De Madri para a BBC Brasil

27/07/2011 13h02

Uma mulher foi presa nesta semana na cidade de Ayamonte, sul da Espanha, por criar um perfil falso na rede social Twitter, com a intenção de se vingar do ex-namorado.

A acusada, identificada pela polícia pelas iniciais A.R.C.P., usou a rede social para mandar mensagens com ameaças a si mesma. No remetente, no entanto, aparecia o perfil falso do ex-namorado, criado por ela.

Com os tuítes como prova, A.R.C.P. foi à delegacia e prestou queixa contra o homem cujas iniciais são G.X.L.R.. O ex-namorado foi enquadrado pela polícia como sendo perigoso, agressivo e suspeito de maus-tratos.

Após a denúncia, o ex-namorado foi preso e passou 12 dias na cadeia, no Centro Penitenciário de Huelva.

O Serviço de Proteção à Mulher Maltratada (um órgão da polícia espanhola) chegou a protocolar um pedido à Justiça, para acompanhamento da suposta vítima. No documento, as autoridades pediam que o ex-namorado fosse proibido de se aproximar de A.R.C.P. a uma distância menor que 500 metros.

Reviravolta

As investigações, no entanto, deram uma reviravolta no caso. Segundo a Guarda Civil da província de Huelva, o rastreamento das mensagens permitiu descobrir que toda a informação postada era recebida e enviada do mesmo lugar.

O sistema de rastreamento policial detectou que desde a criação do perfil até a última mensagem mandada no início de julho, tudo tinha origem no mesmo endereço eletrônico (IP- Internet Protocol). Os tuítes saíram e chegaram do mesmo computador, praticamente na mesma hora.

A.R.C.P. foi presa nesta terça-feira, acusada de delitos contra a Administração Judicial, por falso testemunho com ameaças graves em relação à sua integridade física e moral, falsidade ideológica e intenção de incriminar o ex-namorado, que não tem antecedentes penais.

Se for condenada, ela pode pegar de oito meses a dois anos de cadeia.