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Protestos na Caxemira indiana após suposto estupro de menina de 3 anos

AFP
Imagem: AFP

Da AFP

14/05/2019 19h01

O suposto estupro de uma menina de três anos na Caxemira indiana provocou protestos de milhares de estudantes pelo segundo dia consecutivo e a polícia usou gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes.

Na segunda-feira, mais de 70 pessoas ficaram feridas, incluindo pelo menos 50 agentes das forças de segurança, em manifestações nesta área do norte do país que também é reivindicada pelo Paquistão.

Nesta terça-feira, os estudantes protestaram no campus da universidade de Srinagar, enquanto centenas de mulheres se reuniram no centro da cidade para exigir justiça.

A polícia usou gás lacrimogêneo para conter os estudantes, mas nenhum ficou ferido. Alunos do ensino médio protestaram em outras cidades da região.

As autoridades anunciaram restrições para encontros de cidadãos, uma medida que pretende evitar o aumento dos protestos, e mobilizaram milhares de policias e tropas paramilitares.

A polícia anunciou uma equipe especial de investigação para o suposto caso de estupro da criança na semana passada por um vizinho de 20 anos na região norte de Sumbal.

O anúncio, porém, não acalmou a revolta no vale da Caxemira, onde os protestos por questões sociais com frequência se transformam em manifestações contra o governo e contra a Índia.

Na segunda-feira, a polícia prendeu o diretor de uma escola que teria falsificado um documento para declarar que o acusado era menor de idade, o que reduziria uma eventual pena.

Outro caso de suposto estupro foi revelado nesta terça-feira na área de Ganderbal. A polícia prendeu o acusado e prometeu uma investigação rápida.

Em janeiro de 2018, uma menina de 8 anos foi sequestrada, privada de alimentos por uma semana e assassinada depois de ter sido violentada por vários homens na localidade de Kathua, ao sul de Jamu e Caxemira.

O crime deixou a população indignada e provocou protestos na Caxemira e em muitas cidades e vilarejos da Índia durante meses.