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Fundação Vuitton inaugura coleção em sua nova sede de cristal

Museu de arte e centro cultural Louis Vuitton Foundation, criado pelo arquiteto norte-americano Frank Gehry - AP
Museu de arte e centro cultural Louis Vuitton Foundation, criado pelo arquiteto norte-americano Frank Gehry Imagem: AP

De Paris (França)

20/10/2014 10h26

A Fundação Louis Vuitton apresentou sua coleção, nesta sexta-feira (17), antes da abertura ao público do edifício de sua nova sede em Paris, semelhante a um barco a vela de cristal, desenhado pelo arquiteto Frank Gehry.

Protagonista de uma semana cultural notável na capital francesa, juntamente com a inauguração da FIAC (Feira Internacional de Arte Contemporânea) e a reabertura do Museu Picasso depois de cinco anos de obras para restauração, a fundação será inaugurada nesta segunda-feira (20) pelo presidente francês, François Hollande, e o público poderá visitá-la a partir do dia 27 de outubro.

Complexo, mas ao mesmo tempo leve e dotado de grande fluidez, o edifício de Frank Gehry, construído em uma pequena parte do parque Bois de Boulogne, no oeste de Paris, é, na realidade, a primeira obra de arte da fundação.

"O edifício, deliberadamente, parece inacabado. Ele está aberto a mudanças e isso convida as pessoas a interagirem com ele. Eu olho para ele e penso em tudo que gostaria de modificar. Sete anos depois, já tenho outras ideias", disse o arquiteto de 85 anos, que tem a retrospectiva de seus trabalhos exposta no Centro Pompidou.

A Fundação é cercada por doze velas de envidraçadas, cada uma com uma curvatura diferente. Elas saem do centro do edifício - formando o que o arquiteto chama de "iceberg" - sustentadas por um sistema sofisticado de vigas de aço e madeira.

No topo, terraços ligados por escadas em diferentes níveis possibilitam a contemplação do Bois de Boulogne, dos arranha-céus do distrito empresarial de La Défense e a Torre Eiffel.

Na "proa do navio", um auditório se abre para uma ampla escadaria, pela qual desce uma cascata de água até uma lagoa.

"Rapidamente prevaleceu a evidência de que não tínhamos a tecnologia necessária para construir este edifício. Foram necessários dois anos de estudo e trabalho, além de uma equipe de mais de cem engenheiros de alto nível, para desenvolver uma tecnologia capaz de tornar realidade o desenho do artista", disse Jean-Paul Claverie, conselheiro do presidente do grupo LVMH Bernard Arnault.

Seis obras em ressonância
No total, a fundação dispõe de 3.500 m² de galerias para 11.700 m² de área útil e 4500 m² no nível do solo. A capacidade é de aproximadamente 1.600 pessoas.

A previsão é de que o prédio receba cerca de 800 mil visitantes por ano em suas onze galerias.

O grupo LVMH não revelou o orçamento operacional nem o custo do edifício, financiado por diferentes empresas do grupo Bernard Arnault. François Pinault, dono do grupo Kering - maior rival do conglomerado - criou uma fundação pessoal, em 2005, no Palazzo Grassi de Veneza.

Para a inauguração, o artista islandês Olafur Eliasson, que terá uma exposição em sua homenagem na fundação em dezembro, concebeu uma espécie de caleidoscópio com espelhos imersos em uma atmosfera luminosa amarela que reflete na água da lagoa.

Já a diretora artística da Fundação Vuitton e ex-presidente do Museu de Arte Moderna de Paris, Suzanne Pagé, desenvolveu seis obras em ressonância com a arquitetura do edifício.
Pagé, que orienta Bernard Arnault desde 2006, preparou para a ocasião uma "seleção de obras emblemáticas" representada por um "homem na lama" gigante e que reúne seis artistas, incluindo Christian Bolranski, Pierre Huyghe, Gerhar Richter e Thomas Schütte.