Filtro solar físico ou químico? Saiba escolher o melhor para a sua pele

Filtros solares com cor, propriedades antienvelhecimento e até mesmo em cápsulas: não faltam no mercado opções para proteger a pele dos raios nocivos do sol. Ao escolher um filtro, geralmente nos atentamos apenas ao Fator de Proteção Solar (FPS), sem levar em conta as substâncias presentes nas fórmulas destes produtos.

Existem dois tipos de protetores: os químicos e os físicos. O filtro solar químico tem moléculas que absorvem os raios UV, transformando-os em radiação de baixa energia, que não penetra na pele. Já os físicos são formados por compostos minerais, como óxido de zinco e dióxido de titânio, que atuam como uma barreira que reflete os raios solares.

A maioria dos produtos associam tanto filtros químicos quanto físicos para ampliar a cobertura e proteção contra os raios ultravioletas. Mas há opções exclusivamente físicas, que têm conquistado cada vez mais adeptas, principalmente para o dia a dia. Mas como saber qual é o ideal para a sua pele? 

Físicos x químicos: diferença na prática

Enquanto os filtros químicos costumam ser multifuncionais, com substâncias antioxidantes e características que ajudam até no clareamento da pele, os físicos costumam ser lembrados pela textura grossa e esbranquiçada, difícil de espalhar. Porém, novas formulações e texturas -- até mesmo em pó -- têm deixado esse efeito indesejável no passado.  

Ao passar na pele, o protetor solar químico tem consistência mais leve e precisa ser reaplicado várias vezes ao dia, porque costuma perder o efeito com o tempo. No caso dos físicos, a formulação é mais estável e eles não precisam ser repassados com frequência.

Ao contrário dos químicos, os filtros físicos -- também conhecidos como minerais ou inorgânicos -- não têm substâncias que podem ser absorvidas pela corrente sanguínea, causando alergia, irritação e vermelhidão. "Eles são seguros e praticamente livres de polêmicas, ao contrário de alguns filtros químicos que trazem a Benzofenona 3 ou 4-metil benzilideno cânfora (4-MBC) na formulação", esclarece o farmacêutico Lucas Portilho, pesquisador em fotoproteção na Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).

O especialista explica que, quando dentro do organismo, estes elementos podem fazer associações que causam distúrbios hormonais. "Mas não existe nenhum dado ligando estes filtros químicos a doenças mais sérias, como o câncer", reforça.

Físico ou químico, qual escolher?

Para a dermatologista Alessandra Romiti, não existe um filtro perfeito, mas sim aquele indicado para cada tipo de pele. "Um dermatologista pode indicar o protetor mais adequado e com as substâncias necessárias para cada caso, como para hidratar a pele, deixá-la menos oleosa, clareá-la ou com propriedades antienvelhecimento", afirma. 

Como os filtros químicos têm maior potencial de irritação, os físicos são mais indicados para crianças, alérgicos, grávidas, pessoas com melasma ou que fizeram procedimentos estéticos há pouco tempo. 

Também são recomendados para atletas ou quem se expõe muito ao sol, já que os filtros físicos têm mais estabilidade na proteção e, normalmente, não escorrem nos olhos. Por esses fatores, os filtros físicos estão entre os mais indicados para preservar a pele sensível do rosto contra os raios nocivos do sol. 

A dermatologista Anelise Ghideti afirma que para pessoas que não têm estas restrições, mas têm pele muito clara, a melhor alternativa é associar filtros químicos e físicos. "Pessoas com pele extremamente oleosa ou que queiram usar o filtro solar combinado aos antioxidantes se beneficiam mais dos filtros químicos", completa. 

Uma solução livre de polêmicas é usar filtros físicos no rosto -- mesmo porque eles costumam ser mais caros -- e deixar os produtos químicos para o corpo, quando for se expor ao sol.