Depois de passar por tantas privações, Melina ainda retirou 15 cm da tíbia - um osso da perna - e tentou voltar ao balé, mas ficava muito frustrada, porque não podia mais fazer todos os movimentos. "Muitos tentaram minimizar meus sonhos, diziam ser impossível, mas eu não admitia. Sou muito teimosa e tenho muita fé em Deus", conta.
Nesse período, era sofrido dançar. Melina sentia muitas dores, mas o balé era o que a ajudava a seguir em frente. Em 2014, Melina teve uma grave infecção e se afastou de tudo: trabalho, dança, e da tentativa de continuar andando.
Foi aí que o médico me disse: 'ou amputamos ou tentamos salvar a perna de novo'. Eu estava cansada e sofria com as dores. Então decidi pela amputação. Racionalmente, era impossível pensar em voltar a dançar. Mas lá dentro de mim, sentia que podia ser diferente", descreve.
Ao começar a usar a prótese, Melina alimentava o sonho de voltar a dançar. Mas ela buscou opções para bailarinas e não encontrou nenhuma. Foi então que conheceu o fisioterapeuta e protesista José André Carvalho. Ela perguntou se era possível fazer uma prótese no formato de um pé de bailarina, com ponta e tudo. "Generoso, ele abraçou a ideia e em 15 dias entregou", relembra.